Em agosto o trem apita em Itiquira, região sul, onde um terminal da empresa Seara
embarcará commodities para exportação pela Ferrovia Senador Vicente Vuolo, da América Latina Logística (ALL).Um ano depois idêntica movimenta ção de cargas acontecerá em Rondonópolis.
Ferrovia é a mais nova matriz transportadora matogrossense.
Também é a mais eficiente, segura, menos poluente e seu frete somente perde em competitividade para o transporte hidroviário.
A ferrovia da ALLliga Mato Grosso ao Porto de Santos.
Seu terminal mais ao norte é o de Alto Araguaia, distante 1.410 km do litoral (inaugurado há nove anos).Rumo sul,em Alto Taquari, distante 100 km de Alto Araguaia, funciona o terminal mato-grossense pioneiro,ao lado do qual existe uma base de petróleo, que transporta combustível da Refinaria de Paulínia para Mato Grosso.
Aconcessão federal da ferrovia estipula que os trilhos interliguem Cuiabá, Santarém
(PA) e Porto Velho (RO) com Santos. Porém esse trajeto sofreu esvaziamento ao longo
dos oito anos em que a obra ficou paralisada em Alto Araguaia.
No ano passado, o avanço dos trilhos foi retomado no trecho de 250 km até Rondonó-
polis. Num segundo passo avançará para Cuiabá.
Não há cogitação para se chegar aos destinos amazônicos,como se previa há duas décadas
quando do lançamento da obra. Isso ocorre em razão do surgimento da Ferrovia de Integra
ção Centro-Oeste (FIC),que ligará Campinorte (GO) a Vilhena (RO) cruzando celeiros
de produção no Médio-Norte e Chapadão do Parecis,além do Vale do Araguaia, o que reduzirá a oferta de cargas para Santos.AFIC fará conexão com a Ferrovia Norte-Sul, que é alimentadora do Porto de Itaqui, em São Luís(MA).
O terminal em Itiquira será operacionalizado pela empresa Seara – sua proprietária – e está em construção no ponto
equidistante da ferrovia entre Alto Araguaia e Rondonópolis,distante 112 km da primeira cidade sendo que os trilhos
já foram assentados em 28 km.
No restante do trecho a terraplenagem foi concluída.
O cronograma da ALL prevê o fim da obra da ferrovia para Itiquira em seis meses,prazo que coincidirá com a conclusão do terminal. Paralelamente a ela técnicos e operários trabalham no prolongamento dos trilhos até Rondonópolis, distante 138 km.
O terminal em Itiquira será o terceiro da ferrovia em Mato Grosso.Aconstrução exige investimentos de R$ 40 milhões,
segundo o presidente da Seara,Santo Zanin Neto. Sua capacidade estática é para 100 mil toneladas de grãos e anualmente
movimentará até 2,5 milhões de toneladas. Sua entrada em funcionamento abre 210 empregos diretos no município, além de centenas de outros, indiretos.
Numa solenidade no sábado,19 deste mês, à margem da rodovia MT-299, distante 15 km de Itiquira, o governador Silval Barbosa e o prefeito anfitrião Ernane José Sander juntamente com outras autoridades lançaram a obra do terminal.
O evento reuniu congressistas,deputados estaduais,prefeitos, vereadores e empresários do agronegócio.
O acesso ao terminal multimodal da Seara, ora em construção, é feito pela MT-299 rodovia que liga Itiquira
ao distrito de Ouro Branco do Sul à margem da BR-163 num trajeto de 75 km.
Essa estrada tem 35 km pavimentados no sentido Ouro Branco-Itiquira.
A conclusão da pavimenta ção da MT-229 é reivindicação regional e o deputado federal Wellington Fagundes(PR) defende sua federalização. O governador Silval Barbosa observa que sua meta é assegurar ao menos um acesso pavimentado para todas as
cidades, mesmo assim compartilha a proposta de transferila ao governo federal, mas pondera que se não for possível a mesma será incluída ao projeto rodoviário de seu governo “por sua importância para o povo de Itiquira e a economia”.
Silval Barbosa destacou que no eixo da ferrovia até Rondonópolis seu governo pavimentará acessos para Araguainha,
Ponte Branca, Ribeirãozinho,Tesouro, Novo São Joaquim,Santo Antônio do Leste e Planalto da Serra via Nova Brasil
ândia. “Quando da campanha ao governo assegurei que todas as cidades teriam acesso pavimentado”.Cumprirei o que disse.
A função das rodovias é garantir boa trafegabilidade ao cidadão e, ao longo dos trilhos,também facilitar o transporte
de produtos aos terminais de embarque e desses para as cidades”,resumiu.
Silval Barbosa tem plano para atender as demandas regionais
A construção do terminal da Seara em Itiquira resultará em transformações na cidade. A movimentação de cargas desencadeará demandas por serviços públicos em todas as esferas. Tanto assim, que antevendo essa realidade o prefeito Ernane José Sander apresentou ao governador Silval Barbosa um calhamaço de reivindicações.
O que o prefeito não sabia é que antes da definição do prazo para a conclusão da obra Silval Barbosa mandou elaborar um apanhado técnico com base na projeção de crescimento populacional e das demandas em Itiquira e no eixo de influência da ferrovia, para seu governo dar pronta resposta em
todos os setores sob sua responsabilidade.
“Temos o diagnóstico regional completo.Com ele nos preparamos para dentre outras ações aumentarmos os efetivos policiais, ampliarmos o atendimento de saúde, oferecermos mais vagas nas escolas e ministrarmos um leque de cursos profissionalizantes
que observem o perfil do mercado de trabalho neste e nos demais municípios da região, inclusive onde existem terminais e
em Rondonópolis, onde será construído o quarto”, disse o governador no lançamento do terminal.
Silval Barbosa entende que é preciso nivelar o desenvolvimento no eixo da ferrovia por meio de políticas públicas
que estimulem a agroindustrializa ção num raio de 250 km, de modo descentralizado para que todos os municípios da região sul sejam contemplados.
O governador acredita que a ferrovia humanizará o transporte terrestre reduzindo as distâncias percorridas por carreteiros, mas sem lhes tomar o frete, porque o princípio do terminal é a intermodalidade rodoferroviária da lavoura ao secador e desse aos trilhos.
O governador não vê o trem apenas como meio de escoar produtos agrícolas pelo Porto de Santos. Silval Barbosa acredita que a ferrovia deslocar á para Mato Grosso (sempre no terminal mais ao norte) o multimodal de transporte São Paulo-Manaus com embarque e desembarque no Porto de Santarém ao invés de Belém, o que reduzirá as distâncias terrestre e na Hidrovia do Amazonas entre o mercado consumidor paulistano e a Zona Franca de Manaus. “O trem chegará a Rondonópolis e ao mesmo tempo será concluída a pavimentação da Cuiabá-Santarem, o que nos permite prever o começo de nova logística de transporte brasileira que beneficiará a todos e em especial a Mato Grosso”,arrematou.
Região sul é polo agroindustrial
A região sul responde por um quarto do PIB e da produção agrícola de Mato Grosso e concentra o maior número de indústrias do agronegócio. Com o avanço da ferrovia da ALL o peso econômico regional será ainda maior porque novas plantas industriais serão instaladas e haver á aumento populacional.
Além de programas específicos para a região o Governo de Mato Grosso tem outros,de abrangência estadual que desoneram a produção e contemplam a população.
No ano passado, o governador Silval Barbosa determinou a redução do ICMS do gás de cozinha (GLP) de 17% para 12%, da tarifa cheia de energia elétrica de 30% para 27% e da média do combustível de 14,27% para 11,75% sendo que outras alíquotas de produtos e serviços também baixaram.
O eixo da ferrovia ganhar á conjuntos habitacionais face ao previsível aumento da
população, a exemplo do que aconteceu em Lucas do Rio Verde, quando ali se instalou
um complexo industrial suíno e avícola da Sadia.
“Sempre converso com o senador Blairo Maggi; com os deputados federais Carlos Bezerra e Wellington Fagundes; com os deputados estaduais; com os prefeitos, vereadores, produtores rurais,empresários e outras lideranças da região para que atuemos da forma mais objetiva
possível nessa área”,revelou o governador Silval Barbosa
