33.2 C
Rondonópolis
 
 

Pai, cadê você?

Leia Mais

- PUBLICIDADE -spot_img

Ainda que pai e mãe nunca errem propositalmente, muitos se perguntam apavorados onde foi que erraram, tentando encontrar explicações para o inexplicável. Outros, surpresos se perguntam onde foi que acertaram, já que nunca estiveram tão certos do que faziam e percebem que alguma coisa surtiu o efeito desejado na formação dos filhos. Todavia, também não sabem ditar a receita, assim como não conseguiriam repeti-la com outro filho ou neto. Enquanto todos buscam a senha que não existe para a relação pais filhos, esquecem o fator singularidade. Cada filho, além da educação recebida tem suas características próprias com o devido peso em suas escolhas vida afora.
Enfim acertos e erros inevitáveis e a certeza de que a família continua sendo a maior referência para o ser humano em seu desenvolvimento não só na infância como por toda existência. No entanto, muitos dos que se tornaram pais nas últimas décadas, tendo como referencial o modelo da família de origem, se preocupam com a quebra de paradigmas nesse contexto e se perguntam: onde foi parar a família padrão? O que pareciam valores fundamentais caiu de moda?… Cadê o pai que determinava a saída do filho, do ambiente considerado para adultos, com um simples olhar?
Tenho falado dos novos arranjos familiares onde o filho passa a ter várias famílias invertendo o que ocorria antes tendo a família vários filhos. De nada adianta a nostalgia dos tempos passados. Ao invés de tentar resgatar esse pai que também não tem a fórmula da educação, vamos ao que temos em nossos dias.
Como nem sempre é no pai biológico que a criança se espelha considero oportuno ilustrar essa função  com o filme  Perfume de mulher – EUA 1992 –  direção de Martin Brest: “Frank Slade (Al Pacino), um tenente coronel cego, viaja para Nova York com Charlie Simms (Chris O’Dennell), um jovem acompanhante, com quem resolve ter um final de semana inesquecível antes de morrer. Porém, na viagem ele começa se interessar pelos problemas do jovem, esquecendo um pouco sua amarga infelicidade.”
Slade mandara colocar o anúncio da vaga para acompanhante no mural do colégio e Simms, candidato único, depois da entrevista nada animadora com o tenente coronel só aceitara a oferta por precisar muito do dinheiro para entrar para a Universidade.
Difícil imaginar que daí sairia um laço afetivo tão forte entre o homem infeliz e o jovem inexperiente e tímido do interior. A interpretação brilhante dos dois atores traz a relação de continência construída num final de semana a partir do interesse desinteressado pela vida do outro, num envolvimento que a ambos surpreende. Dois desconhecidos até então passam a desempenhar, sem perceber, os papéis de pai e filho.
A confiança e cumplicidade falam de outro lugar entre eles. Não sabem o que sabem e assim sem saber onde estão acertando, cada um dá sua contribuição para a mudança de rumo na vida do outro.
Quando o fim parecia ser a única solução na vida do militar, surge um novo desafio, fruto do afeto estabelecido entre os dois.
O jovem estudante passa por um momento muito difícil no colégio sustentando um mal entendido que só tem a prejudicá-lo, em nome da lealdade com seus colegas.   Na situação em que se encontra precisa de uma referência mas não pode contar com o pai e tampouco com  o padrasto que nem tomam conhecimento do que lhe acontece.
Slade escolhe ocupar o lugar de pai de Simms. Disposto a assumir as consequências de sua atitude se apresenta como amigo de sua família, eleito para representá-la. Com firmeza denuncia a hipocrisia da renomada instituição educacional que faria de Simms o bode expiatório, para poupar convenientemente os responsáveis pelo ocorrido na escola.
Sem dúvida um pai brilhante para qualquer época.
No mais, o convite para ver o filme!
*CRP 14/0435-0
Correspondente da Delegação Geral – MS/MT – Escola Brasileira de Psicanálise
Psicoclínica – 66 3421 5684

- PUBLICIDADE -spot_img

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- PUBLICIDADE -

Mais notícias...

Chuvas afetam 781 mil pessoas no RS; mortes sobem para 75

As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada já afetaram mais de 780,7...
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Mais artigos da mesma editoria

- Publicidade -spot_img