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Dados inéditos: UFR participa de estudo que revela o impacto da COVID-19 na saúde intestinal

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Estudo oferece uma compreensão aprofundada dos mecanismos referentes à COVID-19 no trato gastrointestinal (Foto – Emservh.ma.gov.br)

Uma equipe de pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) desvendou pistas robustas sobre como o SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19, pode causar diarreia e danificar células do intestino, um aspecto clínico ainda pouco compreendido da doença.

Esse estudo foi publicado recentemente na renomada revista da Nature Mucosal Immunology. O trabalho intitulado “SARS-CoV-2 Spike protein triggers gut impairment since mucosal barrier to innermost layers: From basic science to clinical relevance” oferece dados cruciais para a compreensão dos efeitos do vírus no trato gastrintestinal.

Para o professor Dr. Lucas Nicolau, autor correspondente do artigo, o trabalho não seria possível sem a interação e integração de diferentes grupos brasileiros e estrangeiros.

“Fruto do projeto de mestrado em farmacologia da minha aluna Renata Rocha, esse trabalho contou com a pronta participação de importantes pesquisadores. As proteínas virais foram gentilmente doadas pelo Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares, chefiado pela professora Dra. Leda Castilho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O time brasileiro envolvido nesse trabalho tem muita experiência em cada etapa. Dentre as instituições colaboradoras destacaram-se as Universidades Federais do Ceará (UFC), de Rondonópolis (UFR), do Maranhão (UFMA), além do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPP). Para algumas análises morfológicas e funcionais, contamos com uma parceria muito bem-sucedida com as universidades estadunidenses Medical University of South Carolina (MUSC) e da University of Virginia (UV)”, explica o professor.

Estudos anteriores relataram a ocorrência de sintomas gastrintestinais, principalmente diarreia, em pacientes com COVID-19. No entanto, a patobiologia atribuída à COVID-19 no trato gastrintestinal ainda é pouco compreendida.

O trabalho teve como objetivo avaliar a interação da proteína spike do SARS-CoV-2, uma proteína estrutural do vírus que pode ser traduzida como ‘espícula’, inoculada no lúmen intestinal em diferentes abordagens experimentais.

Utilizando um modelo experimental inovador, os pesquisadores inocularam a proteína viral no intestino de camundongos, além de realizar abordagens in vitro em células intestinais humanas, além de um estudo computacional de acoplamento molecular simulando condições que sugerem interação entre a proteína spike com alvos relacionados à diarreia secretória.

Os resultados foram reveladores: a proteína spike induziu aumento do fluido intestinal acompanhado por secreção de cloreto, seguido de infiltrado de leucócitos na parede intestinal e dano em células de defesa intestinais, indicando inflamação.

Além dos eventos na mucosa intestinal, foi observado dismotilidade intestinal, isto é, o intestino diminuiu os movimentos musculares comuns em intestinos saudáveis.

Todos os eventos observados, segundo os pesquisadores, indicam comprometimento intestinal, afetando a camada da mucosa até as camadas mais profundas, estabelecendo um modelo experimental factível para o estudo da COVID-19 no contexto gastrointestinal.

Este estudo, conforme divulgado, oferece uma compreensão aprofundada dos mecanismos referentes à COVID-19 no trato gastrointestinal.

“Nossas expertises em medicina experimental com outros modelos de diarreia infecciosa nos ajudaram a conduzir esse estudo que abriu portas e foi pioneiro no mundo para o estudo da COVID-19 no intestino. Destaco a importância de investigações contínuas para desenvolver estratégias terapêuticas eficazes e mitigar os danos intestinais da doença”, explica o professor Medeiros.

 

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