Mais conhecida como “botox”, a toxina botulínica é famosa entre homens e mulheres que buscam rejuvenescer a face, ao amenizar as marcas da idade com o uso da substância.
Contudo, o botox pode ser um grande aliado na saúde íntima da mulher. Pouca gente sabe, mas a toxina botulínica pode ser utilizada na ginecologia regenerativa funcional.
“A toxina botulínica, quando administrada em uma determinada região, promove o relaxamento muscular, impedindo a contração do músculo alvo. Além do seu uso na estética, na ginecologia a indicação é terapêutica, sendo a principal indicação para tratar disfunções sexuais através, de sua função paralisante, como nos casos de dor genitopélvica da penetração (vaginismo)”, explica a ginecologista Fabiane Gama.
O Vaginismo pode ser primário, quando uma paciente nunca teve relação sexual antes, ou secundário, que é quando a paciente apresenta dor após já ter tido relações antes.
Fabiane Gama chegou a desenvolver uma técnica para tratar a condição, em parceria com outra médica, a partir do vaginismo secundário. O método envolve a associação do laser de Co2 e a toxina em pacientes que apresentam Síndrome Gênito Urinária (atrofia – ressecamento) associada a Dor Gênito Pélvica de Penetração.
“A técnica tem o objetivo de promover a recuperação dos tecidos da região íntima e melhorar a dor e o desconforto na relação sexual, em pacientes com Síndrome Gênito Urinária associada a Dor Gênito Pélvica de Penetração”, explica a especialista em ginecologia.
“Consiste em sessões de Laser de CO2 Fracionado, com intervalos de 30 a 40 dias, seguido da aplicação da toxina botulínica, se houver persistência da dor. Essa técnica tem transformado a vida de mulheres, devolvendo a autoestima, saúde íntima e possibilitando relações sexuais sem dor”, diz a médica.
Além disso, de acordo com Fabiane Gama, o uso da toxina possui aplicabilidade nos casos de hiperidrose na virilha, vulvodínia, vaginismo, retração de cicatriz, formação de cistos sebáceos e nevralgia pós-herpética.
“Mas, existem algumas contraindicações relativas: como gestação, lactante, hipersensibilidade aos componentes, infecção ativa no local de aplicação, doenças motoras periféricas neuroáticas (ELA), doenças do sistema nervoso e doenças autoimunes sistêmicas”, ressalta Fabiane Gama.