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, 15 maio 2024
 
 

Quando a organização, educação e tenacidade prevalecem

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Eleri _U

Temos muitas evidências ao longo da história da humanidade de que os investimentos em educação, espírito de organização e a tenacidade são recompensados com mais competitividade e, por conseguinte, mais qualidade de vida.
Esta semana tive a oportunidade de conhecer o caso dos Suábios do Danúbio (imigrantes de origem germânica – alemães, austríacos, húngaros, eslovenos, croatas e outros – cuja história tem origem por volta de 1683 com o iminente domínio dos turcos otomanos sobre o leste europeu) que compraram terras no distrito de Entre Rios, município de Guarapuava, no Paraná, fundando a Cooperativa Agrária.
A história no Brasil se inicia no processo organizacional ainda na Europa. É nesse aspecto que o projeto da Agrária difere de outros tantos exemplos de imigração de europeus que ocorreu a esmo pelo país a fora (principalmente no centro-sul).
Os quais, mesmo culturalmente mais desenvolvidos, não vieram preparados, faltavam-lhes projetos definidos e obviamente não estavam organizados, o que custou para a maioria sacrifícios elevados e avanços lentos.
Os Suábios, por sua vez, fugindo da perseguição e da fome decorrentes da segunda guerra mundial, pois viviam em abrigos para refugiados na Áustria, decidiram partir rumo a outros continentes em busca de um futuro melhor. Acabaram por escolher o Brasil.
Contudo, antes de virem, com o auxílio da instituição humanitária Ajuda Suíça para a Europa (Schweizer Europa-Hilfe) desenvolveram um projeto de constituição de uma cooperativa agrícola para aproximadamente 500 famílias, dado que muitos suábios eram agricultores.
O nível de organização foi tal que destacaram um engenheiro agrônomo (Michael Moor) para coordenar e colocar em execução o projeto estabelecido além-mar antes de embarcar. Assim, em 1951, fundaram a Cooperativa Agrária, cuja sede está numa das cinco colônias (representam os cinco navios que vieram) localizada no distrito de Entre Rios.
Interessante que a tenacidade e o processo organizado de ação estão suportados até hoje num modelo cuja educação é um dos pilares mais importantes. Fato que além de apoiar a agricultura de seus associados, a Agrária até hoje preserva a cultura dos Suábios do Danúbio, através de muitos projetos e da filosofia centrada na cooperação, na qualidade, produtividade, além da manutenção da língua.
A Agrária é um grupo composto pela Fundação de Pesquisa, Fundação Hospitalar, Fundação Cultural, e Escola, o que demonstra a visão sistêmica e concatenada, necessária para que projetos de desenvolvimento da magnitude deste possam ser executados com sustentabilidade.
Ao visitar a escola (Colégio Imperatriz Dona Leopoldina), por exemplo, e entender como ocorre o desenvolvimento pedagógico e a mantença, principalmente levando em conta o aporte significativo de recursos que a Agrária aloca anualmente, se percebe e fica evidente que a filosofia do conhecimento é reconhecida e mantida como o principal diferencial competitivo capaz de ser perpetuado ao longo de gerações.
Dentre muitos aspectos que naturalmente se destacam na comunidade (a impressão é de que estamos numa comunidade do interior de outro país) está, por exemplo, de que todas as placas indicativas (inclusive as de comunicação visual internas nos prédios) são bilíngues (português-alemão), no currículo, além do inglês obrigatório, carga intensiva de alemão.
Intercâmbios internacionais, seleções por merecimento, rigidez no ensino, olimpíadas tecnológicas, programas culturais com ensaios em música e dança, trabalhos voluntários socioambientais, dentre outros projetos mantém toda a comunidade envolvida e concatenada aos propósitos dos fundadores.
Esses diferenciais notados nas estratégias dos Suábios do Danúbio (aplicada inclusive para os demais membros vindos de outros locais do país que se integraram à comunidade) servem como um caso particular de organização cujo foco não se perde.
Assim como nas empresas, estabelecer visão, valores, missão e propósitos claros são aspectos fundamentais em experiências dessa natureza e emprestam base para que projetos de longo prazo sejam gestados e possíveis de execução.
Boa semana de Gestão & Negócios.

(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É professor do IBG, workshopper e palestrante – [email protected]

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