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Rondonópolis
 
 

Uma má notícia para abelhas e pessoas

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(*) Fabio Angeoletto

Os cientistas brasileiros Ingrid Gomes, Camila Bosenbecker, Victor Silva, João Cardoso, João Carlos Pena e Pietro Maruyama desenvolveram uma importante pesquisa sobre a capacidade das árvores das ruas de Belo Horizonte em fornecer recursos alimentares a polinizadores.

A pesquisa, intitulada “Spatiotemporal availability of pollinator attractive trees in a tropical streetscape: Unequal distribution for pollinators and people”, foi publicada na revista científica Urban Forestry and Urban Greening.

As árvores são elementos importantes para a manutenção da biodiversidade urbana, incluindo os polinizadores. Avaliações sobre a distribuição e composição espaço-temporal das árvores são fundamentais para nortear estratégias de conservação de diferentes grupos de polinizadores nas cidades. Cerca de 300.000 árvores foram avaliadas sobre sua origem geográfica, época de floração e os grupos de visitantes florais que são atraídos por elas. Os autores também testaram a hipótese do “efeito luxúria”, isto é, de que bairros de classe média e de classe média alta teriam mais árvores e sua arborização seria mais variada, com mais espécies.

Eles descobriram que a paisagem urbana de Belo Horizonte é caracterizada pela dominância de algumas poucas espécies de árvores. É comum que espécies exóticas predominem nas cidades do Brasil, mas em BH nativas e exóticas ocorrem com percentuais similares. A oferta potencial de recursos foi homogênea nas estações seca e chuvosa, mas a densidade de árvores é escassa na maior parte da cidade. Os cientistas comprovaram a hipótese do efeito luxúria: os bairros mais ricos têm mais árvores e mais espécies de árvores.

Esse estudo demonstra uma situação de injustiça ambiental, o que é uma má notícia para as pessoas e para a fauna de polinizadores também. Muitas espécies de abelhas e de outros polinizadores estão ameaçadas pelo uso de pesticidas e outros impactos, e as cidades são espaços estratégicos para fornecer-lhes habitats e alimento. Por isso, os cientistas são enfáticos em recomendar melhores práticas de planejamento das áreas verdes urbanas: é preciso plantar mais árvores, principalmente nos bairros mais pobres.

(*) Fabio Angeoletto é professor da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR).

 

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