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Rondonópolis
, 18 maio 2024
 
 

Torneios refletem bacia leiteira regional

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Antonio Carlos Dourado, produtor de leite em Rondonópolis, com a vaca Leona, comercializada a R$ 16 mil na Exposul
Antonio Carlos Dourado, produtor de leite em Rondonópolis, com a vaca Leona, comercializada a R$ 16 mil na Exposul

Se comparadas as médias obtidas por produtores tradicionais das bacias leiteiras do sul de Minas Gerais, cerca de 25-30 kg/dia por animal e, da região de Castro (PR), 30-35 kg/dia, a região de Rondonópolis ainda engatinha na produção de leite. Embora a região já disponha de um rebanho leiteiro de boa qualidade, torna-se cada vez mais necessária uma maior conscientização do produtor leiteiro para tecnologias, já testadas e disponíveis no mercado, com um custo adicional acessível ao produtor.
De acordo com Antonio Carlos Dourado, produtor de leite em Rondonópolis e coordenador do Torneio Leiteiro Regional da Exposul, recém encerrada, já a médio prazo, algo em torno de cinco anos, a região poderia melhorar o potencial com medidas simples, como raçoamento balanceado e melhor indicado especificamente para a produção de leite, o produtor apostando, paralelamente, no manejo apropriado do rebanho leiteiro e, incorporando programas de melhoramento genético em andamento. Com isso a produção regional passaria por uma revolução, alcançando índices nacionais.
Isto teria como conseqüência direta um incremento geométrico no mercado do leite regional, não só com um aumento nas médias de produção, mas também na comercialização de animais melhorados, seja em vendas diretas (produtor-produtor), seja nos leilões de gado leiteiro. Exemplo claro deste incremento foi o leilão de gado leiteiro da Exposul, o 10º Top Leite, que comercializou a vaca Girolanda, Leona, com remate recorde, realizando sob o martelo o valor de R$ 16 mil, entre venda e premiação. É um valor expressivo em se tratando do mercado regional de leite e prova da robustez da bacia regional.
O mercado do leite regional, depois de anos de problemas de credibilidade e de solvência junto à classe produtora, ostenta hoje uma situação estável e de confiabilidade por parte dos laticínios que operam o segmento. As três principais plantas são controladas pela Natã, de Pedra Preta; Nutribom, de Rondonópolis; e Comajul, de Juscimeira. Esta última, sozinha, trabalha com 100 mil litros/dia de leite captado, metade dos quais produzido na região de Rondonópolis. A cooperativa leiteira dispõe, ainda, de uma parceria privilegiada que recebe in natura, o excedente não industrializado na região, representado pela Nestlé, fato que garante uma positiva liquidez do mercado regional.
Antônio C. Dourado lembra que, apesar da redução histórica do preço de referência do leite ao longo dos últimos cinco anos, algo em torno de 18%, a atividade ainda se constitui numa das saídas mais viáveis, economicamente, para a pequena e média propriedade, garantindo uma renda efetiva e estável para o produtor. Até porque, segundo Dourado, pode-se encontrar grandes produtores de leite em pequenas propriedades e, vice-versa. Destaca ainda que são exatamente as pequenas áreas que podem suportar um adensamento maior de rebanho, em torno de 8 a 10 cabeças/ha, com um manejo de custo acessível ao pequeno produtor.
O produtor insiste em que a tecnologia de manejo indispensável encontra-se disponível através dos programas de fomento tecnológico, bancados pelos laticínios e, difundidos em eventos como o torneio leiteiro da Exposul, que tem apresentado e estimulado, ao longo dos anos, a evolução genética e performance do rebanho regional.
O torneio leiteiro regional teve, nesta edição, as vacas Leona (Haras Dourado) em 1º lugar; Araguaia (Faz. Pitaluga) em 2º lugar; e Sardinha (Haras Dourado) em 3º lugar. A campeã, uma Girolanda (Holandesa com Gir) de 70 meses e na 3ª lactação, produziu uma média de 48 kg/dia de leite e, um resultado de 51,6 kg/dia na última ordenha. O animal é fruto de inseminação artificial planejada de uma vaca Gir nacional, com sêmen de touro europeu importado.
As vacas Leona e Sardinha têm como pais grandes raçadores holandeses (Lava e Wallace). O Haras Dourado vem apostando em inseminação planejada, nas últimas duas décadas, para o melhoramento do rebanho. A técnica, seguindo Antônio C. Dourado, é a forma mais econômica de aumentar os rendimentos da atividade.
O produtor destaca, no entanto, que a situação no torneio leiteiro é basicamente distinta do dia-a-dia na fazenda. No torneio a alimentação oferecida ao gado, no período de preparação e durante o evento, é planejada e balanceada, à base de elementos nutricionais específicos para produção de leite, com um manejo individual para cada animal. Os resultados são próprios para o torneio e de amplitude restrita ao período. Se este trato fosse transportado para a propriedade, os resultados seriam semelhantes, em razão do potencial genético dos animais regionais.
Acontece que na fazenda o trato é executado para um rebanho de mais de cem animais, portanto coletivamente e, não, de forma individual. O importante para o trabalho na propriedade é a média de produção. A vaca campeã do torneio, Leona, apresenta mesmo na fazenda, média de 30 kg/dia, quando a média do rebanho é apenas de 20 kg/dia. Importante lembrar que estas médias referem-se ao período seco (estiagem que vai de junho a novembro), com os animais confinados em pequenos piquetes, recebendo ração completa: volumoso (cana); mais concentrado (farelo e torta de soja, torta de algodão, milho triturado); mais núcleo mineral, integralizando uma ração balanceada e planejada, propiciando uma produção mais uniforme pelo rebanho.

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1 COMENTÁRIO

  1. Meu nome é Laudely Aparecida Sampaio, sou engenheira civil formada na UNICAMP em 1984. Estudei com o Sr. Antonio Carlos Dourado que esta nesta reportagem, na Uiversidade.
    Peço à redação de A Tribuna que se possivel repasse meu endereço eletrônico para o Sr. Antonio Carlos para que eu possa me comunicar com ele. Eu não tenho notícias dele e dos seus amigos de republica desde que se formaram, em 1981.

    Fico no aguardo de informações.

    Grata

    Eng. Laudely Aparecida Sampaio

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