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Cai a inadimplência no setor de máquinas

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Juros baixos e o amplo período de carência e amortização reanimaram o setor rural
Juros baixos e o amplo período de carência e amortização reanimaram o setor rural

O setor de máquinas e equipamentos agrícolas comemora a volta dos bons pagadores. Embalados por preços melhores, margens razoáveis e a urgência em renovar a frota de tratores e colheitadeiras, os produtores rurais reduziram antigos níveis de inadimplência nos bancos e provocaram uma forte elevação nas operações de investimento rural.
A nova febre de investimentos no campo, ancorada no uso mais intensivo de tecnologia, reflete diretamente o bom desempenho da renda agrícola nos últimos quatro anos. Nos primeiros quatro meses de 2010, a adimplência nas parcelas da dívida superou 90% nas regiões Sul e Sudeste, segundo levantamento da consultoria Agroconsult em parceria com bancos públicos e privados. Em 2009, esse índice não alcançava 70%. Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, onde foi mais severa a crise de renda de 2006 a 2008, os bons pagadores somaram 80%. No ano passado, não passaram de 50%.
“Vivemos um momento muito favorável”, afirma o consultor André Pessôa, da Agroconsult. “Há recursos a taxas atraentes no PSI [4,5% ao ano], confiança no negócio, e a soja está acima de US$ 10 o bushel lá fora [na bolsa de Chicago]”, explica ele. Daí, o novo ânimo dos produtores. “Os bancos voltaram a financiar porque estão recebendo as contas antigas. Quem pagou ou renegociou está tendo financiamento mais fácil”, diz Pessôa.
Nos primeiros nove meses da atual safra 2009/10, os bancos registraram um aumento de 103% nos desembolsos de crédito nas três principais linhas administradas pelo BNDES – Moderfrota, Proger e PSI. O volume de recursos liberados chegou a R$ 3,6 bilhões até março. Na safra passada, as operações somavam R$ 1,77 bilhão na mesma época.
Os juros baixos e o amplo período de carência e amortização reanimaram o setor rural após a longa crise iniciada em 2006. Mas há problemas em algumas regiões do país, sobretudo no norte de Mato Grosso, onde a infraestrutura e a logística estão cada vez mais deterioradas por falta de ação dos governos. “Em algumas áreas a produtividade foi mais baixa. Principalmente, na soja plantada mais cedo”, admite André Pessôa. “Mas a comercialização pode ter salvado isso lá”.
A situação crítica de regiões menos favorecidas levou ontem um grupo de senadores a pedir a suspensão dos pagamentos da linha de investimento Finame Especial do BNDES. “Os produtores não podem ser condenados a esse pagamento perpétuo porque renegociações passadas foram mal feitas”, disse o presidente da Comissão de Agricultura do Senado, Valter Pereira (PMDB-MS).
Acostumado a rejeitar os pedidos de renegociação dos produtores quando representava o Ministério da Fazenda nas discussões, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontelles, adotou o mesmo tom dos senadores. “Com a dívida passada e corrente não dá para o produtor pagar”, disse ele. “Com a renda gerada pelos preços das commodities, principalmente em Mato Grosso, não dá para o produtor pagar”.
Ao lado do diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, José Carlos Vaz, o secretário apontou uma dívida de R$ 30 bilhões em programas de investimentos. “Por isso, precisamos dar um tempo, um intervalo de, digamos, dois anos”, afirmou ao pedir corte nos juros de investimento. Fontelles disse aos senadores que o governo precisa “tirar a dívida do cotidiano” dos produtores sob pena de estimular um processo de concentração da propriedade das terras.
“Em Mato Grosso, 25% das terras mudaram de mãos nos últimos anos. A dívida concentra a propriedade”. Para ele, não há capacidade de financiamento. “Com ativo comprometido, não tem crédito”, resumiu o secretário-executivo do ministério. (Fonte: Valor Online)

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