Em uma mesa de bar
Numa confusão entrei
E quando o tempo fechou
Eu não me precipitei
Fui veloz e bati duro
Mas duro também apanhei
Isso foi numa currutela
Que não tinha delegacia
E se chamasse a polícia
Não chegava no mesmo dia
E assim o pau comeu
E a poeira cobria
Não sei quantos amassei
Nem por quantos fui amassado
Só quando nos esgotamos
Fomos caindo para os lados
E a poeira virou lama
De sangue e suor misturado
Quando despertei do sonho
Eu fiquei impressionado
E ainda me apalpei
Para ver se não tinha osso quebrado
Aquilo foi um pesadelo
Mas até que foi engraçado
No sonho eu tinha bebido
Mas não estava embriagado
Tinha sido a dose certa
Para ficar esquentado
Mas se aquilo não fosse um sonho
Eu mudaria até do estado!
(*) Valdir Xavier é poeta e morador em Rondonópolis