30.7 C
Rondonópolis
 
 

Após bases serem tomadas, Ucrânia se prepara para tirar tropas da Crimeia

Leia Mais

- PUBLICIDADE -spot_img

KIEV – Após ver suas bases serem atacadas e tomadas, o governo ucraniano anunciou nesta quarta-feira um plano para retirar rapidamente soldados e suas famílias da Crimeia, a península anexada pela Rússia na véspera. Segundo Kiev, 25 mil pessoas, entre militares e civis, serão realocadas em território ucraniano. Bandeiras russas foram erguidas nas bases de Novoozerne e Sebastopol, de onde o comandante ucraniano foi levado para interrogatório. Uma terceira base foi atacada, enquanto Kiev dava um ultimato para que as forças pró-russas entregassem o almirante. A Ucrânia tentou ainda reagir contra a Rússia: anunciou sua saída da CEI, a aliança das ex-repúblicas soviéticas; a exigência de vistos de cidadãos russos; e a defesa na ONU da desmilitarização da península – o que forçaria a saída das tropas de Putin. Mas seu plano de retirada de tropas parecia indicar que a Ucrânia se curvava à nova realidade da península.

Foi uma manhã tensa. Cerca de 200 civis tomaram o complexo de Sebastopol nesta manhã, expulsando militares ucranianos do comando da Marinha. O porta-voz naval ucraniano, Sergey Bogdanov, afirmou que não houve violência e que a ocupação foi liderada pelas denominadas unidades de autodefesa pró-Rússia. Trata-se de militantes, tanto homens como mulheres, alguns mascarados, vestidos com roupas de civis. Eles propuseram aos soldados que se rendessem, se juntassem a eles ou deixassem a base. E anunciaram a captura do comandante Serguii Gaiduk.

– Ele foi forçado a sair e o levaram – contou Igor Yeskin, representante das tropas russas no local.

Uma agência de notícias local, a Kryminform, afirmou que Gaiduk foi conduzido para a sede da procuradoria para interrogatório sobre ordens enviadas de Kiev autorizando os soldados ucranianos a utilizarem suas armas.

Jornalistas estrangeiros viram os soldados ucranianos deixando o edifício. Um dos homens tinha lágrimas nos olhos, enquanto a bandeira russa era hasteada em substituição à ucraniana.

Horas depois, outro grupo pró-Rússia atacou a base sul da Marinha ucraniana em Novoozerne, no oeste da Península Crimeia, derrubando o portão com um trator, segundo o porta-voz do ministério ucraniano da Defesa. Cerca de 50 militares ucranianos foram vistos retirando arquivos sob os olhares das forças pró-russas, enquanto uma bandeira russa era hasteada.
Ultimato sem consequências

Em Kiev, o presidente interino Olexandre Turchinov deu três horas para que o almirante Gaiduk e outros reféns fossem libertados, sem explicar que medidas seriam tomadas caso isso não acontecesse. O governo está elaborando um plano para retirar suas tropas da Crimeia, após ver uma a uma suas bases serem atacadas após a região se decidir pela anexação à Rússia. Cerca de 14.500 soldados ucranianos estão baseados na Criemia. Além deles, suas famílias também serão retiradas.

O secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa, Andriy Parubiy, disse que o governo pedirá à ONU que converta a Crimeia em uma zona desmilitarizada depois que as tropas ucranianas partirem. O objetivo é forçar as tropas russas a deixarem o local.

O país decidiu ainda deixar a CEI – a Comunidade dos Estados Independentes. Fundado no final de 1991, o grupo reúne onze ex-repúblicas soviéticas e é liderado pela Rússia. Além disso, Kiev pretende passar a pedir visto de cidadãos russos.

Numa tentativa de atenuar as tensões, o presidente ucraniano, Arseniy Yatseniuk, ordenou o envio do ministro da Defesa e do vice-premier à Crimeia, mas as autoridades separatistas afirmaram que não vão permitir sua entrada na península, segundo a agência russa Interfax.

O incidente ocorreu horas depois da morte de um militar ucraniano e de um militante pró-russo durante enfrentamentos em uma unidade militar ucraniana invadida por forças de autodefesa do regime local, segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu em seu discurso diante do Parlamento na terça-feira que as tropas ucranianas se retirassem de forma “democrática e civilizada” da península, mas o Ministério da Defesa ucraniano permitiu que seus soldados usem suas armas para defender suas posições. O ministro Ihor Tenyukh assegurou que as tropas leais a Kiev não deixarão a península. Segundo especialistas, há 14.500 soldados ucranianos na Crimeia.

Após o referendo de independência da Crimeia no domingo, Putin assinou o tratado que anexa a península à Rússia, o que foi condenado pela União Europeia e Estados Unidos.

- PUBLICIDADE -spot_img

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- PUBLICIDADE -

Mais notícias...

Onda de calor se estende até sábado e deve atingir Rondonópolis e mais 44 municípios de MT

A Defesa Civil de Mato Grosso alerta que a onda de calor que atinge o Estado desde o último...
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Mais artigos da mesma editoria

- Publicidade -spot_img