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Rondonópolis
, 21 maio 2024
 
 

Uma história de 50 anos

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Rondonópolis, 8 de novembro de 1959. Nesta data, a cidade não era nem de longe o que é hoje no leste de Mato Grosso, pois o estado ainda não era dividido, a cidade não tinha a mesma pujança que tem hoje, estava sim em fase de crescimento. As ruas ainda eram sem asfalto e a imprensa local resumia-se, em muitos momentos, ao chamado serviço de alto-falante, onde Antônio Ribeiro Torres, Francisco Bispo e muitos outros anunciavam o que acontecia na cidade.
Porém, nesta data, era inaugurado o primeiro estádio de futebol da cidade, antes havia sim campos, mas estádio como o então Luthero Lopes não havia. E para marcar a inauguração foi chamada a Seleção de Poxoréu, que fez um verdadeiro clássico contra a seleção de Rondonópolis. O antigo Luthero Lopes funcionava onde agora é o Atacadão e, hoje, quem diria, se ainda existisse estaria com 50 anos. O Luthero daqueles tempos foi a casa do futebol de Rondonópolis de 59 a 99, quando foi demolido.
Mas, o velho Lutherinho ganhou fama mesmo na década de 70, quando o União Esporte Clube, até então a única equipe profissional de Rondonópolis, começou a desfilar por lá. No velho Luthero, o torcedor sentava de acordo com a maneira pela qual gostava de vibrar com o União, que pelo fato de ser durante toda a década de 70, o único time profissional de Rondonópolis, era a paixão da cidade.
O Lutherinho era o espaço mais democrático de Rondonópolis. Havia espaço para todos, não que hoje não há, mas no velho Luthero era diferente.
O torcedor mais aristocrático sentava-se nas cadeiras, que por sinal não tinha nenhum conforto. Eram cadeiras de bar adaptadas para o estádio. O mais contido, que gostava mesmo era de ir ver o jogo numa boa, sentava no Cimentão, as chamadas arquibancadas de cimento localizadas embaixo de um bambuzal. O Luthero Lopes era tão folclórico que tinha um grande bambuzal como cobertura. O pessoal do Cimentão seria hoje o que é a chamada turma do amendoim, aquele tipo de torcedor que não vibra, come o seu amendoim durante o jogo e corneta meio mundo. Os mais fanáticos tinham lugar cativo na chamada Madeirona, um lance de arquibancadas de madeira, onde sentavam os mais apaixonados, os que mais gritavam e os que mais sofriam com o sol da tarde batendo na cara. A Madeirona era o lugar onde o rondonopolitano extravasava, ela equivalia o que representa a Marquês de Sapacuaí para o carioca.
Quem viveu em Rondonópolis nas décadas de 70/80 e 90 e não sentou na Madeirona, pode se dizer que não conheceu os tipos mais folclóricos da cidade.
E ainda havia os Murinos, isso mesmo, havia o pessoal que devido à condição financeira ou até mesmo por diversão, sentava-se no muro para não pagar ingresso. E olha que hoje, muitos desses murinos viraram advogados, médicos e profissionais respeitados na cidade.
Hoje, digo que o novo Luthero Lopes representa a modernidade e a pujança de uma nova Rondonópolis. Porém, o antigo não tinha o mesmo conforto, mas que era bem mais aconchegante que o novo, isso era.

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  1. Eu que o diga… Conheci uma Rondonópolis: menina, cheia de sonhos. Ela conseguiu superar todas as adversidades e desabrochar como uma flor ,ou como uma borboleta de um casulo. Hoje está quase chegando ao topo…!!! É uma beleza, com centenas de histórias pra se contar…!!!

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