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Rondonópolis
, 21 maio 2024
 
 

Bica d’água é a salvação para moradores

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Sebastião Prezoto, de 63 anos de idade, mais conhecido como Gaúcho, morador há 14 anos no local, é o guardião da bica d’água.
Sebastião Prezoto, de 63 anos de idade, mais conhecido como Gaúcho, morador há 14 anos no local, é o guardião da bica d’água.

Uma bica d’água vem sendo a salvação para os moradores dos bairros Parque Universitário, Vila Olinda I e II, Tancredo Neves e Pedra 90, que vêm sendo castigadas com a constante falta de água. O problema, segundo o Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear),  seria o desmoronamento do poço artesiano daquela região.
A nascente d’água que vem abastecendo os moradores está localizada às margens do Córrego Escondidinho.
Sebastião Prezoto, de 63 anos de idade, mais conhecido como Gaúcho, morador há 14 anos no local, é o guardião da mina. “Olha, eu cuido da nascente há muito tempo. Conversei com o fazendeiro dono da área onde está a mina, ele me autorizou e eu cerquei o local para preservar e não deixar que estraguem a nascente. Então, vem gente de todos os bairros da região. Vem gente do Ana Carla, do Pedra 90, do Tancredo Neves, do Parque Universitário, porque a água é cristalina, é água mineral. E como está faltando água constantemente por aqui, o povo vem de longe buscar água para beber e para cozinhar. As mulheres aproveitam para lavar roupa e dar banho nas crianças”, explica.
MAIS PROBLEMAS
A reportagem do “A TRIBUNA nos Bairros” esteve, na semana que hoje termina, conversando com moradores daquela região da cidade. Além da falta de infraestrutura em boa parte desses bairros, irregularidades no abastecimento de água surgem como um complicador a mais.
Já tem morador pensando até em vender a sua propriedade e se mudar da região. Esse é o caso de Valdiney de Assunção, de 35 anos de idade, morador há dois anos na Rua Seriema, no Parque Universitário, que reclama da falta d’água, da falta do asfalto, do matagal e dos terrenos baldios onde se joga de tudo, inclusive, animais mortos. Ele reclama também da infestação de caramujos africanos que preocupa e leva perigo à saúde da população. “Eu já estou negociando a minha casa. Não aguento mais. Tenho dificuldade com a água que não chega e quando chega não tem força para subir na caixa. E tem mais, você pode olhar aí a rua. Toda vez que chove eu não consigo entrar em casa. Eu jogo aterro, arrumo como posso, mas vem a enxurrada das partes mais altas do bairro onde tem ruas asfaltadas, entra nas casas e destrói tudo. Já reclamamos, já pedimos, eles [prefeitura] prometem que vão arrumar, mas até agora não vieram. Eles dizem que vão esperar parar as chuvas. Mas até lá, a gente não vai nem poder andar mais por aqui”, reclama o morador.
REIVINDICAÇÓES
A reportagem anotou várias reivindicações dos moradores quando da sua última visita à região em meados de 2007, e ouviu muitas reclamações no que diz respeito a falta de regularidade na coleta de lixo, segurança, falta de uma agência lotérica e correios, áreas de lazer, iluminação, asfalto e água.
Apesar das obras realizadas na gestão passada, o Parque Universitário ainda é o mais carente da região. Nesse local, foram construídas uma escola, a sede da associação de moradores, a companhia de polícia comunitária e foram asfaltadas algumas ruas. Mas, como o bairro é relativamente grande, a maioria das ruas ainda está sem pavimento.
Os moradores afirmam, que o atual prefeito, quando em campanha, prometeu levar asfalto e melhorias à região, mas até o momento o que se viu foi o agravamento do problema do abastecimento de água. “Se já não era o ideal, piorou muito”, queixa-se uma dona de casa.
MELHOR ESTRUTURA
O Pedra 90  e Vila Olinda foram os mais beneficiados com o programa  de asfaltamento entre o Governo do Estado e a prefeitura. Hoje, o Pedra 90 está praticamente todo asfaltado e a população satisfeita. Prova disso é a dona de casa Helena Alvino da Silva, de 58 anos de idade, moradora há 16 anos na rua A-17, Pedra 90. “O Pedra 90 melhorou muito. Agora a gente tem asfalto, tem iluminação boa, a polícia passa toda hora para dar segurança para a gente. Tem uma parte do bairro nas ruas mais para cima que está ficando sem água. Nós aqui, nesse pedaço, temos água. Mas precisamos de uma praça para as crianças brincarem. E uma coisa importante: nós precisamos de uma agência lotérica para poder sacar os benefícios da aposentadoria. Para a gente receber qualquer benefício tem que ir até o centro da cidade. E também para fazer um joguinho na loteria”, explica a moradora.
No entanto, a comunidade cobra a promessa da continuação do asfaltamento, a construção de uma policlínica e uma escola técnica de qualificação profissional feita, segundo a comunidade, pelo então candidato a prefeito Zé Carlos do Pátio.
Outro morador insatisfeito com a falta d’água é Evangelista de Souza Santos, morador há 10 anos na avenida Jaçanã. “O nosso problema aqui é que a água quando vem de noite, vem pouquinho e não consegue subir nas caixas. Então, a gente tem que improvisar, enchendo tambores, latas d’água e às vezes pedindo para os vizinhos onde a água consegue chegar”, conta.
Por outro lado, o morador reconhece que muita coisa melhorou no bairro nos últimos tempos. Ele cita, por exemplo, a coleta de lixo e a segurança, pois a PM agora tem andado por todo o bairro e também a iluminação. Mas a água, essa ainda é o maior flagelo dos moradores.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Na semana passada, a Câmara Municipal se reuniu com a comunidade para discutir benefícios e obras na região para o ano de 2010. O debate ocorreu no salão da Unisal e reuniu dezenas de pessoas em torno da Lei Orçamentária Anual (LOA). Além do asfalto, creches e de unidades de saúde, os moradores pediram a construção de calçadas e a rede de esgoto.
Um dos temas mais debatidos  foi a falta de água que atinge o Parque Universitário e toda a região. Conforme explicou o vereador Milton Mutum, a situação está longe de ser resolvida após o desmoronamento do poço que abastecia a região. Mutum estima que levará mais quatro meses para a situação se regularizar e que enquanto isso a população terá que ser assistida com caminhões pipas. “Infelizmente, o poço está inutilizado. Um novo poço já está sendo licitado, mas devido toda a burocracia eu acho que ainda levará uns quatro meses para a água voltar às torneiras das residências”, completou.

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