Um cartão feio da cidade

O futebol mato-grossense não é o mais atrativo do universo. Isso pode ser claramente observado durante as partidas do Campeonato Estadual, em que quase não há torcida nos estádios. Durante as transmissões ao vivo, é possível quase escutar a respiração daqueles que estão em campo e é preciso muita paixão pelo time, muita mesmo, para acompanhar.
A Federação Mato-grossense de Futebol, nem se fala. Com uma nova direção desde o ano passado e muita expectativa em mudanças na forma de conduzir o futebol no Estado, pouco ou quase nada fez até agora… Continuamos na mesma. O que mantêm o futebol vivo em Mato Grosso é o amor do torcedor pelo seu time, como é o caso do União de Rondonópolis, único da cidade a disputar a competição.
São esses torcedores que são desrespeitados quando o estádio da cidade, o Engenheiro Luthero Lopes, se encontra praticamente abandonado pela Prefeitura, que é a responsável pela sua manutenção. Conforme a reportagem do A TRIBUNA mostra nesta edição, nem mesmo os refletores estão conseguindo manter em funcionamento, fazendo com que os jogos do União tenham que ser realizados somente enquanto há luz natural, em horário impróprio para a prática do futebol, tanto para os jogadores, como para os torcedores. Um jogo em um estádio sem cobertura, em pleno domingo, às 15 horas, com sol forte e calor… Nem com todo amor do mundo, me desculpe!
Da situação das cabines de imprensa, em que os profissionais correm o risco até de levar choque devido a fiação exposta, todo mundo já ouviu falar. No campeonato de 2017 publicamos uma reportagem sobre essa situação e, um ano depois, ela permanece. Esperamos que o time da cidade tenha um bom grupo, que vença, que chegue às etapas finais dos campeonatos, que leve todo tipo de torcedor ao Luthero Lopes, que traga alegria para a cidade. Futebol é isso, esporte é isso! Mas, o que a gente percebe aqui, é um estádio sem condições para jogo. Cobrar de quem? A Prefeitura não está conseguindo nem fazer o básico pela cidade, a Federação conseguiu deixar que a Arena Pantanal, estádio de Copa do Mundo na Capital, fosse interditada…
É preciso entender que o União é um time de Rondonópolis, da cidade e da população. É preciso entender que o lazer e a diversão para os moradores são tão importantes quanto a saúde e a educação. É preciso entender que um bom estádio, um bom time e a casa cheia, elevam o nome da cidade; enquanto que um estádio nas condições do nosso é um cartão muito feio da cidade.
Atualmente, o nome de Rondonópolis é ventilado negativamente na imprensa mato-grossense, devido ao descaso com o Luthero Lopes, o que gera os prejuízos das equipes de jornalismo e da falta de atitude do poder público em tomar medidas para resolver o problema.