Todos perdem!

Uma brincadeira de mau gosto continua gerando prejuízos à sociedade. Estamos falando dos antigos e conhecidos trotes nos serviços telefônicos de urgência em todo o Brasil,  como do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Civil.
Apesar de bem conhecido, o problema insiste em avançar em plena pós-modernidade. Isso é lamentável considerando que os trotes provocam o congestionamento das linhas e o deslocamento desnecessário das equipes para ocorrências que não existem, atrapalhando muitas vezes quem realmente precisa e gerando custos ao erário.
Para se ter uma ideia, quase 25% das ligações recebidas pelo Samu no primeiro trimestre deste ano em Rondonópolis foram trotes. Na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros, o índice de trotes na cidade foi equivalente a um terço das ligações no ano passado. Tratam-se de índices assustadores e que certamente atrapalham a prestação de serviços públicos essenciais.
A educação que vem de casa, a consciência acerca dos males advindos com os trotes, deveria fazer parte especialmente da cultura das nossas famílias, com o cuidado de orientar e instruir crianças, adolescentes e jovens. Afinal, brincadeira tem seu lugar e não pode comprometer a vida de outros.
Diante disso, surge como algo bastante interessante um projeto de lei que tramita em Rondonópolis, conforme noticiado ontem pelo Jornal A TRIBUNA, que prevê multa para donos de linhas telefônicas que forem usadas para passar trote em serviços de urgência. Inclusive, isso já existe em algumas cidades do Brasil e tem ajudado a reduzir os trotes.
O uso da aplicação dessas multas, assim como ocorre em outros lugares, poderia custear as despesas com deslocamentos inúteis de viaturas e pessoal em função desses trotes. Além disso, serviria como lição.
A propositura em tela em Rondonópolis merece, então, a devida atenção e um debate mais aprofundado com a sociedade local. O que não pode é que essa ação ilegal e criminosa se perpetue sem restrições mais contundentes!