Cobranças ambientais

Entendemos como extremamente pertinente a postura da Justiça da Comarca, através da juíza Milene Aparecida Pereira Beltramini, e do Ministério Público do Estado (MPE), através do promotor de Justiça Marcelo Vacchiano, no sentido de chamar representantes da Prefeitura de Rondonópolis objetivando equacionar problemas referentes a criação do Parque Municipal da Seriema, junto ao Rio Vermelho, na região da Vila Goulart, logo após a ponte Aroldo Marmo de Souza.
Assim como alertado pelo Jornal A TRIBUNA, em recentes reportagens, apesar de passados mais de cinco meses de 2017 e mesmo com recursos previstos, a nova gestão municipal vinha mostrando pouca efetividade em resolver as pendências acerca dessa importante área verde do município e que vinham sendo postergadas desde o ano passado. O poder público vinha alegando ser preciso obedecer uma série de processos burocráticos, não podendo passar por cima desses preceitos legais.
Com essa reunião requisitada pela Justiça e pelo Ministério Público, ficou claro agora para a sociedade as obrigações e, principalmente, os prazos a serem seguidos pela gestão municipal em relação à área composta de mata nativa e que abrigará o Parque da Seriema. Nesse contexto, podemos citar o pedido de urgência na criação e implantação de mecanismos para redução de velocidade dos veículos que transitam pela avenida Beira Rio, ao lado da área do parque, e de cercamento nas laterais da via para evitar que os animais atravessem a pista e sejam atropelados.
Esse acompanhamento e, principalmente, intervenção direta para que o poder público faça as coisas corretas é fundamental, tendo muito mais eficácia que exercer um papel punitivo através de ações/processos que demandam tempo e sobrecarregam a Justiça. Inclusive, temos de registrar que, frequentemente, estão sendo avistados animais silvestres junto a avenida Beira Rio, os quais vêm correndo o risco de serem atropelados.
Outro resultado importante dessa reunião foi garantir o começo, o mais rápido possível, dos estudos de impactos ambientais da área onde será criado o Parque da Seriema. Esse estudo ficará a cargo de representantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e definirá de que forma essa unidade de conservação ambiental poderá ser explorada e quais as particularidades a serem respeitadas.
Agora, sim, temos a sensação de que as coisas começarão a ganhar corpo em torno da criação do esperado Parque da Seriema, especialmente com a liberação/desbloqueio de cerca de R$ 7 milhões para implantação das estruturas necessárias nessa nova área verde. Caso as coisas continuem a não andar a contento, temos certeza que Ministério Público e Poder Judiciário, diante da boa representação na área ambiental em termos municipais, estarão atentos a tomar as medidas cabíveis!