Complicando tudo

Em vez de facilitar tem hora que parece que o poder público faz tudo para complicar. Essa realidade vem sendo verificada nas obras milionárias de saneamento que foram retomadas pela Prefeitura na região central de Rondonópolis.
Devido à magnitude dos serviços, é natural que haja a interdição de vias públicas. O problema é que a Prefeitura não tem feito um amplo planejamento para minimizar os transtornos das obras junto à sociedade.
O resultado é que, com a interdição de vias importantes, o trânsito das rotas alternativas ou na região das obras tem virado um caos, com tumulto, lentidão e travamento em diversos cruzamentos. Atravessar o Centro, em alguns horários, tem sido um martírio.
Em muitos momentos, o trânsito tem virado uma grande bagunça, com o maior fluxo de veículos em algumas vias. Mas o que fazer? Já que as obras não podem deixar de ser realizadas, nem feitas em horários alternativos, a expectativa é que a Prefeitura estude a situação e tome providências.
A Prefeitura poderia aumentar a eficiência da divulgação acerca dos pontos de interdição, com a indicação de rotas alternativas. Algo que ajudaria muito seria disponibilizar os agentes de trânsito (amarelinhos) para organizar o tráfego em pontos problemáticos e nas imediações das vias interditadas.
Se a Prefeitura não tem amarelinhos em número suficiente, poderia fazer um convênio com a Polícia Militar visando auxiliar na organização do trânsito nesse período de obras em vias importantes e na região central. Infelizmente, temos visto os amarelinhos atualmente mais focados na emissão de multas diante de infrações.
Algumas propostas vêm surgindo na Câmara Municipal, mas inviáveis, a exemplo da realização dos serviços em horários alternativos, como aos fins de semana. Contudo, diferente de consertos e reparos, são serviços de grande porte e que não têm condições de serem feitos em curtos períodos, sem falar dos encargos trabalhistas a mais.
O pior é que, diante da falta de ações do Município para contornar os transtornos, a paciência de muitos motoristas e comerciantes vem acabando. Vamos esperar que a Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (Setrat) possa facilitar a vida dos motoristas locais, em vez de complicar ainda mais.
Afinal, dinheiro é que não falta nos cofres municipais, considerando as milhares de multas do sistema de fiscalização eletrônica, sem falar das “canetas” dos amarelinhos…