Conforme era esperado pela organização, o mutirão “O Rio é Nosso”, projeto ambiental para preservação do Rio Arareau, retirou em sua 3ª edição 30% a menos de lixo e entulho do que foi retirado na 1ª edição, cujo mesmo trecho de atividades foi atendido: entre a ponte da Rua José Barriga e o Cais de Rondonópolis. No final de semana, foram 60 toneladas de material pesado, retiradas de ruas que fazem o entorno do Arareau, e 20 toneladas de lixo que estava em suas margens e leitos, retirados por aproximadamente 400 voluntários de 30 entidades, públicas ou privadas, participantes da ação.
É claro que toda iniciativa ambiental que venha para somar é bem vinda, e o mutirão “O Rio é Nosso” mostrou que está cumprindo o seu papel muito bem. O Arareau voltou a respirar um pouco mais aliviado, isto é fato. Talvez agora, seja o momento de manter o projeto bem sucedido e olhar com bons olhos a ampliação das atividades para revitalização das margens e preservação do Rio, que sofre muito com a ação humana ao longo dos anos.
Hoje, provavelmente, o maior problema do Rio, maior até que os de assoreamento e desmatamento, é o despejo de esgoto doméstico que acontece em Rondonópolis e causa danos gravíssimos à qualidade da água e os poucos peixes que restam. Este despejo acontece por alguns fatores, como o sistema de saneamento básico do Município que ainda é falho e deixa muito a desejar pela fiscalização, que apesar de contar com boas pessoas e defensoras da natureza, ainda sofre com a falta de estrutura e profissionais suficientes, e pelas ligações clandestinas de esgoto, estas feitas pelos moradores, que jogam o esgoto doméstico nas galerias de águas pluviais, fazendo com que ele caia diretamente no Arareau.
Sabe-se que o Ministério Público e a secretaria Municipal de Meio Ambiente têm feito esforços para que as ações que visam a proteção do Arareau aconteçam, mas é necessário maior empenho e rigidez, porque o Rio está pedindo socorro. Além disso, é preciso que a população se envolva, o Rio é 100% rondonopolitano, ele nasce e termina no Município, e se hoje ele mais parece um esgoto a céu aberto, a culpa é somente nossa.
Parece utópico demais sonhar em pescar e até tomar banho nas águas do Arareau, mas quem sabe por meio de um grande esforço coletivo e um trabalho a longo prazo, no futuro deixe de ser apenas um sonho para se tornar uma realidade.
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