27 C
Rondonópolis
 
 

O poder da criminalidade

Leia Mais

- PUBLICIDADE -spot_img

O Estado de Mato Grosso viveu no último fim de semana momentos de terror, medo e apreensão. Os ataques registrados contra a sociedade são uma afronta aos cidadãos de bem e uma mostra de como estamos reféns em todos os sentidos, dos criminosos que estão nas ruas e dos que estão encarcerados. Devido a greve do sistema prisional, criminosos que estavam há 10 dias sem banho de sol e sem receber visitas, comandaram ataques contra veículos, prédios públicos e agentes da segurança, deixando a população aterrorizada.
Primeiro ponto: as ordens partem de dentro de uma prenitenciária, por meio de um celular com acesso a internet. Não há bloqueio de sinal em pleno 2016, é possível entrar com a aparelhos dentro das unidades sem maiores problemas, a estrutura das unidades prisionais é precária e algumas nem mesmo aparelho de raio-x possuem.
Culpar apenas a greve pelos transtornos ocorridos é, no mínimo, chamar a população de idiota. Se o sistema funcionasse, detento nenhum daria ordens para criminosos em liberdade por meio do WhatsApp.
Segundo ponto: a negociação com criminosos. Há 10 anos o Brasil viu uma das maiores afrontas do crime organizado contra a segurança pública e a sociedade. O Primeiro Comando da Capital (PCC) promoveu ataques em São Paulo, quando seus integrantes se rebelaram em presídios, incendiaram ônibus e alvejaram delegacias e servidores.
Mais de 500 pessoas, entre criminosos e agentes da segurança, morreram. Diante de um toque de recolher, São Paulo se esvaziou e a população se escondeu em suas casas com medo, tudo por isso porque o PCC não aceitava a transferência de seus integrantes para outros presídios.
O Estado negociou com a organização criminosa, cedeu e os ataques cessaram. O PCC ganhou força e se expandiu ao longo desses 10 anos. Passou de um faturamento estimado em R$ 10 milhões para uma receita anual hoje que pode variar entre R$ 100 e R$ 200 milhões.
Mato Grosso, assim como São Paulo, cedeu ao crime, negociou e mostrou que não tem força perante o Comando Vermelho, organização que supostamente atua nos presídios daqui. O que estamos alimentando? Para quem estamos dando poderes?
O incidente em Mato Grosso, que ainda não foi solucionado, já que a greve prossegue, nos deu uma mostra do poder da criminalidade no Estado, e do fato de que esses criminosos não temem e sequer se escondem das leis e dos agentes da segurança. O poder é maior do que imaginávamos, é importante que as medidas sejam tomadas para que não sejamos dominados, tal qual São Paulo é hoje pelo PCC, e para que suportemos apenas os fardos que já estamos acostumados.
Nos acostumamos com crime nas ruas e com os golpes via telefone que partem dos presídios. Agora, mandar “tocar fogo” em nossas cidades é novidade até para os mais otimistas.

- PUBLICIDADE -spot_img

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- PUBLICIDADE -

Mais notícias...

Onda de calor gera alerta para MS e parte do estado de SP; Sul de MT e de GO podem ser atingidos

Um nova onda de calor deverá manter as temperaturas elevadas em todo o Mato Grosso do Sul nos últimos...
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Mais artigos da mesma editoria

- Publicidade -spot_img