Saída digna para o caos

É fato que o momento político vivido pelo Brasil é extremamente delicado. Há um iminente risco do impeachment da autoridade máxima do País, a presidente da República, Dilma Rousseff, bem como condenação e prisão devido a denúncias de corrupção de influentes políticos brasileiros.
A sociedade brasileira vê, de forma indignada, como o sistema político nacional está mergulhado na imoralidade, falta de ética e ausência de compromisso social. Não é para menos que vemos um partido político que tenta a todo custo se manter no poder, se valendo da influência e de benesses garantidas pela máquina pública.
O estopim de toda essa história real foi a publicação de gravações telefônicas que indicam que a presidente da República atuou para impedir a prisão do ex-presidente Lula da Silva. Para tanto, acabou por nomear o ex-presidente para a chefia da Casa Civil, o que foi suspenso por decisão liminar da Justiça. Mais uma vez fica patente que o jogo sujo da política continua em voga.
A situação de desgoverno em âmbito da República é inquestionável. Agora é imprescindível que possamos encontrar saídas para o caos que se valham de meios democráticos e constitucionais, sem jamais apelar para mecanismos espúrios, obscuros ou que nos levem para velha ditadura, através de golpes velados ou mesmo explícitos, seja de que lado for.
Mais do que nunca os direitos da liberdade de expressão, sejam das ruas ou da imprensa, devem ser zelados. Além disso, nossas instituições maiores ligadas à justiça e investigação precisam ter total autonomia, independência e pulso para tomar as decisões necessárias, independente de pressões ou interesses políticos, sejam de onde vierem.
Oxalá que o Brasil passe por esse vendaval e saia bem diferente da forma que entrou. Não podemos aceitar essa podridão de foma alguma, mas não se pode colocar os pés com as mãos. Saiamos às ruas, mostremos nossa revolta e, principalmente, cobremos justiça e punição diante de todas as denúncias que estão aí…
O Brasil precisa sair dessa crise política com dignidade e, principalmente, sem passar por cima das nossas instituições, sem jogo de influências, sem omissões e sem ferir a democracia! E só conseguiremos isso dando um basta à impunidade!