Dados estarrecedores

A cada estatística fica comprovada a crítica situação do trânsito brasileiro, matando mais que muitas guerras civis pelo Mundo. Novos números do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), conforme publicado pelo Jornal A TRIBUNA, apontam que os 169.163 acidentes que aconteceram nas rodovias federais em 2014 custaram R$ 12,3 bilhões ao País, quase o mesmo valor do Orçamento anual de um Estado como Mato Grosso.
Os dados são um alerta de que o banho de sangue nas estradas precisa ser contido o quanto antes, considerando que os prejuízos não são apenas físicos para os acidentados. Esses acidentes impactam em gastos na saúde pública, em pagamento de indenizações/benefícios e também em perdas para o mercado de trabalho e empresas, com ausência de funcionários afastados das atividades e perda de cargas.
Dessa forma, os custos gerados pelos acidentes no trânsito recaem sobre toda a sociedade, seja impactando o orçamento público, seja gerando perda de produtividade nas empresas, seja provocando o empobrecimento das famílias. Aliás, apesar de não sair nas estatísticas, há o dano irreparável, quando de casos de letalidade, referente à dor de não mais poder contar com um ente querido ou pessoa próxima.
Tudo isso evidencia a necessidade de reforçar políticas públicas que reduzam os acidentes e sua letalidade no Brasil. Da parte do governo, a saída seria investir mais em fiscalização, considerando os riscos da imprudência, e os investimentos em infraestrutura rodoviária, especialmente em manutenção e equipamentos de segurança viária. Além disso, é fundamental a preocupação em reforçar a educação para o trânsito.
Outra medida sensata seria investir em uma melhor preparação dos novos condutores no Brasil. Infelizmente, muitos brasileiros ainda adquirem um veículo no País sem ter, por exemplo, a habilitação. Na verdade, a paz no trânsito depende de todos nós. É preciso ter a consciência que o veículo, se mal usado, pode se transformar em uma arma letal, que pode tirar não apenas a vida alheia, mas a própria vida.
Com o envolvimento de todos, cada um fazendo sua parte, podemos construir um trânsito muito menos dispendioso e mais seguro. É isso que desejamos!