Indignação é, de fato, o sentimento que impera entre aqueles que dependem da rede pública de saúde no Brasil. Preocupação é o sentimento para quem trabalha nesses hospitais e vê além do sofrimento da população, desvalorização profissional, sobrecarga de trabalho, fúria dos pacientes que se desesperam e as mãos atadas sem ter muito que fazer. O sucateamento do sistema de saúde e o abandono da população (principalmente os mais pobres) é a nossa realidade.
Conforme noticiado pelo jornal A TRIBUNA, aproximadamente 100 funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis abraçados, em frente ao hospital, se reuniram em um manifesto, que aconteceu simultaneamente em várias unidades do gênero no país. O que esses funcionários fizeram foi um pedido de socorro à Santa Casa, que é filantrópica e está arcando com custos do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem uma tabela defasada e deixa o hospital endividado.
Para bom entendedor, o SUS paga bem menos do que realmente custa um material, um atendimento. O déficit mensal gira em torno de R$ 300 mil, a conta é grande e a contrapartida mínima. O que acontece na Santa Casa do Município se reflete em praticamente todos os hospitais públicos do Brasil. Falta tudo, do básico ao mais complexo, o atendimento ao cidadão é muito restrito.
Pra se ter uma ideia da situação das Santas Casas, o pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, um dos principais institutos de saúde do Brasil, foi fechado por falta de medicamentos e materiais cirúrgicos. A situação precária e de caos vivida no hospital paulista é um retrato triste, mas representa um espelho fiel do que pode ocorrer na maioria dos hospitais públicos, inclusive a Santa Casa de Rondonópolis e o Hospital Paulo de Tarso, que se vê ainda em uma situação pior, já que é 100% tabelado pelo SUS.
O cidadão tem como ajudar a ver uma luz no fim do túnel neste cenário desolador da saúde, começando por suas cidades. A saúde será um dos temas mais debatidos e explorados pelos candidatos nas próximas eleições, o que seria positivo se as promessas não passassem de palavras ao vento. O eleitor precisa estar atento há quem realmente pratica ações concretas e urgentes, porque o sistema público de saúde precisa ser prestigiado de verdade.
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