Olhar diferenciado

Em uma sociedade individualista e que prega o sucesso a qualquer custo, um novo olhar é direcionado durante a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, comemorada entre os dias 21 a 28 de agosto. A proposta é olhar as pessoas com deficiência intelectual e múltipla sob um aspecto que vai além do mercadológico, mas que contemple o seu valor humano.
O Jornal A TRIBUNA publicou uma reportagem neste domingo (24/08) abordando a trajetória de vida de dois alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Rondonópolis (Apae), sendo um grande momento de refletirmos sobre essa temática. Isso porque as pessoas somente procuram entender a deficiência intelectual e múltipla quando surge um caso na família.
Felizmente, temos em Rondonópolis, há cerca de 38 anos, uma instituição como a Apae que exerce a função de acolher, estimular, ensinar e socializar pessoas com deficiência intelectual e múltipla. É graças a ela que centenas de famílias conseguiram/conseguem um amparo para entender e/ou saber lidar com entes queridos que possuem alguma deficiência nessa área.
Exigir que essas pessoas tenham a mesma produtividade e desempenho de pessoas comuns é algo desumano. A grande diferença está em perceber as singularidades das pessoas com deficiência intelectual e múltipla e, dessa forma, proporcionar-lhes direitos plenos, como saúde, educação e acessibilidade, assim como oportunidades para uma vida de inclusão na sociedade.
Para isso, é preciso buscar entender e respeitar as diferenças, não as menosprezando, mas lhes dando ajuda, cuidado, amor, atenção para que eles possam passar por essa vida se sentindo pessoas amadas, queridas e importantes na sua singularidade, não pelo retorno econômico que possam trazer.
Devido ao considerável percentual de pessoas com deficiência intelectual e múltipla no nosso meio, a comemoração dessa semana alusiva é uma justa e necessária oportunidade de levar uma reflexão mais ampla sobre essa questão junto à sociedade. Assim como bem enfatizou a diretora da Apae, Karla Paes, conviver com essas pessoas é uma grande oportunidade de crescimento humano, na sua essência mais preciosa…