Bem imprescindível

O Dia Mundial da Água, comemorado ontem (22/03), é o momento propício para refletirmos a situação desse bem necessário à vida humana e, principalmente, tomarmos ações para mantê-lo em um futuro próximo. Isso porque, segundo pesquisa divulgada nesta semana, 55% dos municípios brasileiros poderão ter déficit de abastecimento de água até 2015. No mundo, as perspectivas de falta de água são muito mais severas em um futuro próximo.
Esse alerta é necessário principalmente porque apenas 3%, do total de 75% da água do planeta Terra, é doce, própria ao consumo humano e à produção de alimentos. Ou seja, 97% da água existente no mundo – existente nos oceanos – não está apta à necessidade humana. Sendo um bem finito e tão exíguo, é assustador o tratamento que o Mundo tem dado à água doce de rios, lagos, lençóis freáticos… Nesse contexto, o Brasil é um dos países com maior fonte de água doce do mundo e que mais será visado.
Diante do cenário tenebroso, em que a água pode ser motivo de guerra e se tornar uma commodity cara, o Brasil tem de agir enquanto é tempo e ter ações mais contundentes para preservar e restaurar seus recursos hídricos. Em Rondonópolis, não é diferente. Apesar de não ser uma grande metrópole, o crescimento desordenado foi altamente prejudicial para seu manancial hídrico. Prova disso é a situação das nascentes e córregos urbanos existentes em Rondonópolis.
Da mesma forma que tem de haver um trabalho local maior em torno das nascentes urbanas, a sociedade rondonopolitana tem de estar atenta à sua principal fonte de água doce: o Rio Vermelho. Por muito tempo, esse rio sofreu com a atividade garimpeira na cidade vizinha de Poxoréu. Nas últimas décadas, o processo acelerado de urbanização colocou a ameaça do despejo de esgoto urbano e lixo em suas águas. Não podemos descuidar em relação ao Rio Vermelho e, principalmente, em relação aos afluentes que lhe garantem vigor.
Por isso, a reportagem de ontem publicada pelo Jornal A TRIBUNA, mostrando o trabalho local em prol da preservação das nascentes existentes no município, é bem-vinda e merece ser ampliada, principalmente pelo poder público. Infelizmente, a atenção necessária não foi tomada desde o começo do povoamento e crescimento de Rondonópolis. Mesmo assim, ainda é tempo de fazermos algo pela nossa tão preciosa água.