A cidade de Rondonópolis perdeu, na madrugada dessa quarta-feira (31), a pioneira Maria Gomes Portela, mais conhecida como Maria do Bosco, uma das pessoas mais carismáticas e conhecidas da cidade, que foi uma das fundadoras do Lar dos Idosos e teve uma atuação destacada em defesa dos idosos e das pessoas carentes. Ela já estava internada na Santa Casa há alguns dias, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o seu corpo foi sepultado às 17 horas, no cemitério da Vila Aurora.
Mãe de quatro filhos e avó de oito netos, Dona Maria do Bosco estava com 76 anos e nasceu na pequenina Nova Russas, no estado do Ceará. Ela chegou em Rondonópolis no distante ano de 1975 e logo começou a participar como voluntária das atividades sociais desenvolvidas pela Paróquia Bom Pastor, da qual continuou fazendo parte até o seu falecimento.
Seu primeiro trabalho social aqui foi junto à Pastoral Social do Idoso, da mesma paróquia, e foi aí que começou a ser chamada de Maria do Bosco, nome herdado do seu marido João Bosco Portela, que foi adotado para diferenciá-la de outras mulheres da paróquia com nome parecido ao seu.
Membro ativa de sua paróquia e da sociedade, no ano de 1983 ela passou a fazer parte da Secretaria Municipal de Ação Social, onde desenvolveu inúmeros trabalhos com portadores de tuberculose, de hanseníase e com prostitutas.
Ainda nesse ano ela iniciou um trabalho com os idosos carentes e sem família, que perambulavam pelas ruas da cidade, dando vida ao Lar dos Velhinhos, que funcionava na Avenida Bandeirantes, na região da Jardim Assunção, onde atendia dezenas de velhinhos.
Com a fundação do Lar dos Idosos, já em 1985, ela foi convidada para coordenar os trabalhos da instituição e todos os idosos que atendia foram transferidos para a nova casa, onde trabalhou enquanto suas energias permitiram. Maria do Bosco também participou ativamente do Conselho Municipal do Idoso e do Conselho Municipal de Assistência Social.
Seu trabalho em prol dos idosos e dos mais necessitados lhe renderam inúmeras homenagens, como o de “Personalidade Feminina” do ano de 1985, promovido em parceria pelo Jornal A TRIBUNA e Rádio Clube, e inúmeras outras. Naquele ano, o Padre Lothar foi eleito a “Personalidade Masculina”.
Por todo o seu trabalho prestado em prol dos mais humildes e por seu espírito cristão, centenas de pessoas compareceram ao seu velório no Centro de Confraternização (Cencon), da Paróquia Bom Pastor, como forma de prestar uma última homenagem à pioneira.