–> LIBERADO –> A eleição indireta foi tranquila e sem surpresas. A chapa composta por Ananias como prefeito e a jornalista Valéria Bevilacqua (PMDB), como vice, conquistou 9 dos 12 votos. O vereador Mohamed Zaher e seu vice, o também jornalista José Flávio Matias, o Ceará, que concorreram pelo PSD, obtiveram três votos e o ex-vereador José Ferreira Lemos Neto, o Juca Lemos e Francisco Gimenes Córdon, do PT, não conquistaram nenhum voto.
Em seguida à eleição, Ananias renunciou ao mandato de vereador para ser empossado oficialmente no cargo de prefeito em uma outra sessão especial que ocorreu no período da tarde.
O prefeito foi obrigado a renunciar pois estava licenciado do cargo durante o período em que respondeu pelo comando de Rondonópolis de forma interina nos últimos 30 dias, por causa da cassação do ex-prefeito Zé Carlos do Pátio (PMDB).
Pátio e a sua vice Marília Salles foram cassados no dia 2 de abril pelo Tribunal Regional Eleitoral por gastos ilícitos de campanha e deixou o cargo somente no dia 15 de maio, quando o então presidente da Câmara, Ananias Filho, foi convocado para assumir um mandato-tampão até a realização das eleições indiretas.
O prefeito eleito recebeu os votos dos vereadores do PMDB Manoel da Silva Neto, o Dr. Manoel, Lourisvaldo Manoel de Oliveira, Milton Gomes da Costa, o Miltão e Adonias Fernandes e da bancada do PR, composta por Zé Márcio Guedes, Olímpio Alvis e Hélio Pichioni, além dos votos de Reginaldo dos Santos (PPS) e Cido Silva (PP).
Reginaldo, na votação, justificou o voto em Ananias, reiterando que o apoio ao prefeito vale apenas para as indiretas. “Meu partido tem candidato nas diretas que é Percival”, disse.
Mohamed teve o próprio voto e dos companheiros de bancada do PSD formada por Milton Mutum e João Gomes.
O vereador do PSD foi o primeiro a discursar, pelo tempo de 10 minutos, por meio de sorteio, entre os três candidatos. Mohamed, em seu discurso, não poupou críticas ao ex-prefeito Zé Carlos do Pátio e chegou a comparar a gestão do prefeito cassado pela Justiça Eleitoral como “elefante branco”. Ele ainda disse que a eleição indireta não representa o anseio da vontade popular e sim dos grandes grupos políticos, em uma referência clara à união do PMDB e PR em torno do projeto de Ananias. O parlamentar salientou que quando era presidente da Câmara instituiu o voto aberto no município e criou a sabatina para a nomeação de diretores de autarquias.
Ananias Filho foi o segundo a discursar. Ele afirmou que conta com o apoio do senador Blairo Maggi (PR), dos deputados federais Carlos Bezerra (PMDB) e Wellington Fagundes (PR). “Este é o momento da convergência política para o desenvolvimento de Rondonópolis. Juntamos esses grupos e digo, com toda a certeza, que não haverá traumas. Vamos buscar o melhor para a nossa cidade”. O prefeito ainda agradeceu o apoio do PPS e do PP ao seu projeto e lembrou das suas origens na Vila Operária, um dos bairros mais populosos da cidade.
O ex-vereador Juca Lemos reafirmou que a sua candidatura tem como foco cumprir o papel democrático e lembrou as realizações dos governos Lula e Dilma em Rondonópolis, principalmente na construção de casas populares. Criticou os ex-gestores de Rondonópolis que, segundo ele, não davam créditos às obras federais em Rondonópolis. “O governo do Estado e o prefeitos que aqui passaram falam que essas obras são suas e não são. São do governo federal”, sustentou Juca Lemos.
O petista, em sua fala, disparou contra os próprios vereadores com relação a aprovação da verba indenizatória no Legislativo local de R$ 8,5 mil, no mês passado. “Aprovaram isso sem uma discussão com a sociedade”. Ele ainda lembrou que este mandato, até o dia 31 de dezembro, pertence ao ex-prefeito Zé Carlos do Pátio. “Estamos aqui por força da Lei apenas, temos sempre que lembrar isso”.
PARTICIPAÇÃO
O que chamou a atenção no processo eleitoral em Rondonópolis foi a participação popular. Centenas de pessoas lotaram as galerias da Câmara para acompanhar a votação, inclusive secretários da atual gestão Ananias. A votação foi acompanhada também pela juíza da 10ª Zona Eleitoral Jaqueline Cherulli. “Vim aqui para acompanhar estas eleições indiretas que, na realidade, é ato administrativo que compete à Câmara de Vereadores”, disse a juíza.
Os familiares dos três candidatos e os advogados das chapas foram autorizados a acompanhar a votação de dentro do plenário.
Com as galerias lotadas pelo grupo de militantes ligado a Ananias, a cada voto favorável ao prefeito era acompanhado de aplausos e os votos contrários por vaias.
