(*) Brasilino da Silva
O arado nasceu na infância da civilização há alguns milhares de anos
Uma forquilha não de árvore qualquer besuntada com tutano de osso
Descascada e untada era aquecida ao fogo e vice e versa até pontuar
A engenhosidade gentílica era colocada no solo de arrepio para arar
Daí por diante era só alegria com tração humana ou de outro animal
Zás-traz! As aragens estavam prontas e o milagre podia ser replicado
Mas tem aquelas onde o ar se movimenta e produzem as tais aragens
De aragem substantivo vira adjetivo a qualificar a ação do sujeito ar
Aragens subproduto do arado
Aragens da ação do ar assujeitado
Ou frestas de sol em dias enxumbrados
Pois bem! Descobri que não só nas terras e ar no vivem as belas aragens
As tais são revolucionárias e atacam outros domínios dos seres viventes
Ataques que podem ser de risos, brilhos, alegrias bafejadas no ar + agem
Indigitadas que desenharam contornos de aragens dentro em meu coração
Bem que poderiam ser nos rins, hospedeiros do amor no antigo testamento
Só que não. Talvez pelos rins darem pedras o ocidente preferiu o coração
Mas as aragens em brisas delicadas ao olfato plenificaram meus pulmões
Talvez apenas por sonhar que ela está bem e que ainda ama amar o amor
Amar a aragem de um amor é bom
Se o amor amado também ama amar é melhor
Somente sentido no revolver das energias
Estas são as aragens prenhes da vida plena
Com aragens se vive feliz para sempre.
(*) Brasilino Jose da Silva é poeta em Rondonópolis.
