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Tua palavra é luz no caminho

(*) Dom Juventino Kestering

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Essa palavra do salmo ressoa em no coração porque neste domingo a Igreja Católica celebra o dia da Bíblia. É importante para a experiência de fé o contato com a Palavra de Deus. Mais do que conhecê-la requer uma experiência orante que oriente a vida e os caminhos por onde andamos.

O profeta Isaias ensina: “Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão”. (Is, 55,10-11). O Apóstolo Tiago insiste: “Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e creste. Sabes de quem aprendeste. E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo. Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (IITm 3,14-17). E a carta aos Hebreus exorta: “Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Heb 4,12).

O Evangelho segundo Marcos (Mc 9,38-47) adentra em temas polêmicos como expulsar demônios, escandalizar crianças, as diversas formas de pecado, o afastamento de Deus e dos irmãos. No tempo de Jesus, a pessoa que possuía uma doença interna, ou seja, qualquer desequilíbrio psíquico, mental e que em decorrência deste limite as pessoas tinham atitudes não comuns, eram considerados endemoniados. Assim os que tinham ataque de convulsão, íngua amarada, não ouviam bem, tinham sinais de demência, outros desequilíbrios mentais ou psicológicos eram afastados da comunidade e rejeitados pela sociedade. Neste sentido, com as novas descobertas da medicina e das ciências psicológicas, a sociedade tem hoje obrigação de os acolher e de os integrar na sociedade.

Um grupo pessoas sofridas e rejeitadas veio ao encontro de Jesus. Viam Nele um sinal de vida, de acolhimento e de esperança. E Jesus acolheu a todos com amor, carinho e compaixão. Curava, reintegrava na comunidade, devolvia a eles a dignidade, a cidadania e o sentido da vida.

E Jesus dizia: “Em verdade eu vos digo, quem de vós der de beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa”. Nesta frase Jesus resume a grandiosidade de sua missão que se expressava no olhar, no atendimento e no acolhimento das pessoas em especial dos mais sofridos da sociedade. A qualidade de nossa fé, não é um sentimento, mas sim se expressa em gestos concretos: “dar de beber um copo de água”. Depois de falar sobre a importância do gesto concreto, Jesus entra em defesa das crianças. E foi duro nas palavras: “E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrado ao pescoço”. São palavras que chocam o coração, mas refletem uma realidade profunda na sociedade: “escandalizar, ferir, seduzir e explorar crianças”. Aí estão os crimes de pedofilia, a exploração sexual de menores, a iniciação no mundo das drogas, o trabalho infantil forçado, as crianças que vivem nas favelas, nos cortiços, sem rumo porque os pais não as assumem, filhos de relacionamentos irresponsáveis e tantas outras formas de sofrimento, de lágrima das crianças. Recordo com dor no coração o menino Aylan Kurdi deitado sem vida na praia. A família fugia dos horrores da guerra e o barco naufragou. Seu sonho de criança, seu futuro, sua vida foi ceifada vitima da guerra e da intolerância religiosa.

O apostolo Tiago (5,1-6) alerta que não devemos ser um vaso enferrujado.

“Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, a ferrugem deles vai servir de testemunho contra vós”. O apostolo ensina que não adianta amontoar tesouros, pagar mal os trabalhadores, viver na luxuria e não se importar com os irmãos que sofrem. Pois a vida passa… Os bens devem estar a serviço da promoção humana e não do egoísmo.

(*) Dom Juventino Kestering é Bispo da Diocese Rondonópolis-Guiratinga

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