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, 15 junho 2024
 
 

Mudanças climáticas: atividade humana ou natural

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(*) Ney Iared

Caros leitores, nos últimos anos, a sociedade global tem debatido acerca do futuro do planeta. O processo acelerado de degradação dos recursos hídricos acompanhado de eventos extremos como as que ocorreu no Rio Grande do Sul, exige profunda reflexão.

Estudos recentes confirmam que as mudanças climáticas tiveram um papel crucial na intensificação dessa tragédia que assolou os gaúchos nas últimas semanas. Enchentes, desflorestamentos, queimadas e deslizamentos de terra resultaram em perdas humanas e danos materiais significativos, agravados pelas condições climáticas extremas, chuvas intensas cada vez mais frequentes. A escassez de água potável ou seu excesso impulsiona sua redução seja para irrigação no campo e racionamento para consumo doméstico. Muitos responsabilizam o aquecimento global às atividades humanas e seu processo produtivo e reprodutivo, tendo como efeito as famigeradas emissões de gases-estufas como o principal fator responsável.

O planeta vivencia um período interglacial quente que teve início, provavelmente, há 15.000 anos. Os instrumentos paleoclimáticos, isto é, vestígios naturais que podem auxiliar a determinar o clima em épocas passadas, apontam para chegada de uma nova era glacial. Perspectivas não evidenciadas pelos recordes de calor nos períodos de verão e sim pelos recordes de frio no inverno. Os impactos das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos já são sentidos tanto na oferta como na demanda.

Modificações nas precipitações provocam uma variação na distribuição temporal dos recursos hídricos, esse ciclo de variação da temperatura, promovem o aquecimento em níveis assustadores por processos naturais.
De outro, à inter-relação entre as atividades humanas e os fenômenos naturais como principais responsáveis pelas alterações abruptas climáticas. A energia solar de ondas curtas chega ao planeta e boa parte desta radiação atravessa a atmosfera e é absorvida pela superfície e, em seguida liberada para o ‘espaço’ em forma de radiação infravermelha de ondas longas. Boa parte da irradiação liberada é absorvida pelo vapor d’água e gases de efeito estufa distribuído na atmosfera. Frente às causas das mudanças climáticas, há uma concentração em torno unicamente das catástrofes.

O alarmismo promovido por setores da sociedade sobre o “catastrofismo” das mudanças climáticas causa preocupações, tendo o aspecto inquietante direcionado à acelerada aceitação por parte de governos e populações de medidas ofertadas inibidoras da intensificação do efeito-estufa, sem um estudo mais aprofundado, como é o caso da revolução dos bicombustíveis e da energia nuclear. Quanto as causas das mudanças climáticas e sua tendência crescente da temperatura global na década de 1980, comparadas com as duas anteriores ainda não pode ser associada à participação humana e, sim dentro de uma variabilidade natural do clima.

Ainda há forte pressão social para mascarar uma realidade. Fatores naturais devem ser considerados, quando o tema das mudanças climáticas, no caso da Terra, este passa a responder a emissão de energia proveniente de sua fonte primaria (sol), proporcionando, significativos aquecimentos. O lançamento de poeiras originários dos vulcões pode neutralizar o efeito estufa, proporcionando, uma alteração na dinâmica da temperatura média do planeta. Também, o alarmismo em volta das discussões sobre as mudanças climáticas e ataca as causas do aquecimento global. Esse fator proporciona um aumento na procura por este recurso e disponibilidade além da demanda em outras.

Sua ampliação proporcionada pelo crescimento na tendência de chuvas na região. Visto que, para as bacias hidrográficas do rio Amazonas, do rio São Francisco e do Paraná, não foram vistas tendências consideráveis em suas vazões. Em outras regiões evidencia aumentos no escoamento superficial, como as altas latitudes e parte dos EUA. Em regiões da África Ocidental, sul da Europa e, parte da América do Sul observam diminuições no escoamento superficial e os efeitos dos eventos extremos climáticos sobre a agricultura do milho camaronês na África Subsaariana, essa situação, caracterizado pelo aumento das chuvas e/ou pela ausência desta, há uma perda na produtividade do milho e gigantescos impactos sociais. Verificou-se no início deste século, ocorrências de eventos extremos tornando-se mais frequentes, fato que necessita maior atenção para as futuras políticas públicas que envolvam a distribuição dos recursos hídricos.

Na América do Norte, nas planícies costeiras do sudoeste canadense, através de análises de satélites e fotos aéreas, revelam reduções nos espelhos de água em lagos existentes. A este impacto se deve às constantes alterações no uso do solo impulsionado pela substituição das florestas nativas e pela agricultura responsáveis pela redução das chuvas nesta localidade. Por sua vez, o nordeste do Pacífico é localizado problemas relacionados às mudanças climáticas cujo aumento da precipitação durante o inverno e reduções nos verões e nas primaveras, estas mudanças refletem na disponibilidade de água nas demais bacias hidrográficas nos EUA.

Os planos nacionais deste país, já vêm desenvolvendo estudos e incluindo em suas ações os reflexos das mudanças climáticas sobre a demanda de água para o consumo doméstico, industrial e agropecuária. Na China, a bacia do rio Amarelo, já revela tendências negativas de precipitação pluviométrica, aqui na maioria reflete na vazão, a qual vem apresentando reduções nos últimos anos. Problema que se continuar no mesmo ritmo poderá, num futuro próximo, intensificar os problemas sociais da região. Percebe-se que, não há um consenso sobre as causas das mudanças climáticas atuais, ou seja, já reflete na organização espacial terrestre, como exemplos os reflexos nas disponibilidades dos recursos hídricos.

Portanto, deve-se planejar como a sociedade lidará com os impactos presentes e futuros, a exemplo do problema da disponibilidade dos recursos hídricos para as atividades humanas. Neste contexto, a gestão dos recursos hídricos precisa levar em consideração os usos múltiplos da água, princípio que garante o direito de usar em todos os fins para os quais são necessários, em equidade de condições. Com a tendência de aumento da população global crescerá a demanda de água para a produção de alimento, consumo doméstico e atividades industriais.

Demanda que já é afetada pelas mudanças climáticas e resultando em uma série de conflitos pelos diversos usos deste recurso. O desafio para comunidade internacional e a sociedade em geral, está na necessidade de políticas governamentais de modo a minimizar os impactos gerados pelas mudanças climáticas globais sobre a disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos. Não se deve restringir ao controle do suprimento da quantidade de água para as atividades econômicas desenvolvidas. Deve sim caminhar além desta perspectiva, perpassando pelos entraves e acesso destes recursos frente a estrutura da organização do espaço geográfico mundial.

(*) Ney Iared Reynaldo, doutor em História da América e docente do Curso de Graduação em Ciências Econômicas/FACAP/UFR – E-mail. [email protected]

 

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