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Apatia, empatia e compaixão na liderança

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23/4/2024 – Nº 735 – Ano 18

A liderança é um desses assuntos que não esgotam nunca. Qualquer tema sobre gestão que tenhamos em mente, a liderança estará lá permeando, tangenciando ou até mesmo sendo o centro do debate.

Semana passada no meu drops de gestão, uma espécie de mentoria coletiva que realizo toda sexta-feira numa das minhas empresas, surgiu um apontamento muito rico: havia passado um vídeo sobre um experimento social realizado num supermercado em que um ator tentava colocar determinados cereais, que estavam à granel numa sacola. Ocorre que essa pessoa simulava ser portadora de algum severo problema de coordenação motora, praticamente impossibilitando que ele se servisse na gôndola.
A ideia era observar o comportamento das demais pessoas nesse cenário.

Alguns apenas passavam sem ao menos perceber a situação, outros olhavam e se espantavam, conversavam uns com os outros sobre aquele momento, havia os que aparentemente se compadeciam daquela situação e alguns até aparentemente se sentiam constrangidos, saindo de perto.

Eis que surge uma mãe de mãos dadas com uma pré-adolescente. Ela imediatamente assiste aquela situação e chama a atenção da mãe. Ambas circulam pelo ambiente e passados alguns instantes em que a menina percebe a dificuldade do homem e a sua luta particular em tentar se servir, ela se move do ambiente seguro ao lado da mãe e auxilia o desconhecido na sua tarefa. Algo que obviamente deixou todos encantados com a decisão e o gesto.

Bem, retomando a discussão da liderança, surgiram três insights muito interessantes relacionados a essa cena e que nos remetem à nossas práticas como seres humanos e também como profissionais, estando nós em função de liderança formal ou não: a apatia, a empatia e a compaixão.

Ocorre que como profissionais, muitos passam a vida e também nas suas funções numa espécie de “deixe a vida me levar”, ou seja, apáticos, quando não se importam genuinamente com o ambiente e as pessoas. Ademais, pessoas apáticas normalmente tem dificuldade de aproveitar oportunidades, porque ao invés de vê-las como tal, enxergam dificuldades. Algo que não combina com as características de um líder.

Obviamente que a apatia pode ser um sintoma de adoecimento emocional. Assim, como ela pode ser gerada por acontecimentos dentro do círculo empresarial ou pessoal é importante que tenhamos em mente a nossa trajetória comportamental e dos nossos liderados para avaliar melhor se essa é uma característica inerente ou se é excepcional. E nesse caso precisa ser tratada.

Por isso, a empatia surge como um comportamento fundamental para o exercício da liderança. Como conceito, é se colocar no lugar do outro buscando entender sua realidade, as circunstâncias, as necessidades, as preocupações e aspirações.

Ocorre que a empatia normalmente não remete a ação e se resume ao que chamamos de sentir a dor emocional. A pessoa empática tem por natureza “sentir a dor do semelhante”, trazendo também sofrimento para si, o que na maioria das vezes inibe alguma disposição para a ação efetiva de mitigação ou correção.

A compaixão por sua vez, é um estado adiante. Ela inicia pela empatia, pela compreensão do estado emocional de outra pessoa, mas fundamentalmente se combina com o desejo de aliviar essa dor do outro com ações conscientes e efetivas, pela capacidade de se distanciar do sofrimento que pode paralisar. Adota uma postura consciente do sofrimento alheio, do interesse em mitigar e das ações decorrentes.

Nesse momento, vale destacar que, como sempre afianço, a nossa capacidade de liderança começa antes de tudo em nós, na nossa competência de liderarmos a nós mesmos, depois liderar nossas equipes e por fim liderar o sistema que nos cerca, os negócios e os nossos stakeholders.

Por isso, no experimento social ficou evidente que, naquele lapso de tempo do vídeo, a única pessoa que efetivamente teve compaixão foi a menina, numa demonstração de liderança sobre si, o primeiro passo para o exercício de uma liderança inspiradora.
Até a próxima.

(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É empreendedor, Diretor da GoJob Brasil, business advisor, mentor, Talent Hunter, articulista e palestrante –[email protected] – www.linkedin.com/in/elerihamer – Originalmente publicado no Jornal A Tribuna – www.atribunamt.com.br

 

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