(*) Maria Aparecida
O mês de agosto, conforme o costume da Igreja no Brasil é dedicado às vocações que nasce na comunidade eclesial. Quando Deus chama, somos tomados pelo desejo de segui-lo.
Chamado e vocação são termos correlatos na Palavra de Deus e derivam da expressão kaleo chamar, para a liberdade. O primeiro chamado que Deus nos fez foi à vida. “Antes de formar você no ventre da sua mãe, eu o conheci!” (1,5) “Antes que você fosse dado à luz, eu o consagrei” (1,5). Consagrar significa separar, escolher. Desde o princípio Deus já nos separou para Ele, para uma missão. Vemos que a iniciativa é toda de Deus, a nós cabe apenas à resposta. O segundo chamado nos vem no batismo, no qual a nossa eleição da parte de Deus é confirmada: é a nossa vocação cristã. Como batizados e batizadas, somos completamente envolvidos pela graça de Deus e nos tornamos seus filhos, “herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo” (Rm 8,17).
Neste mês de agosto, cada domingo se destina a uma vocação: primeira é a vocação sacerdotal, para aqueles que são chamados ao sacramento da Ordem: diáconos, padres . Homens chamados a serem, pastor a conduzir o povo de Deus na fé… No segundo domingo celebra-se o dia dos pais e, portanto, a vocação matrimonial, dos homens e mulheres chamados ao sacramento do Matrimônio, com a sua missão específica com seu projeto criador dando a vida e educando os novos filhos e filhas de Deus. No terceiro domingo celebramos a vocação religiosa consagrada, daqueles homens e mulheres que, pela consagração a Deus a serviço do Reino, através da vivência radical dos conselhos evangélicos: pobreza, obediência e castidade, se dedicam ao serviço dos irmãos e irmãs em um carisma específico. E por fim, no último domingo, celebramos a vocação leiga, daqueles homens e mulheres, casados ou não, que estão inseridos no mundo, na sociedade civil, no trabalho e nas nossas comunidades, para serem, nestes espaços, Sal e Luz (cf. Mt 6,13-16).
A Diocese de Rondonópolis-Guiratinga em sintonia com ano Vocacional do Regional Oeste 2 com o tema: “Vocação e discernimento” e como lema: “mostra-me, Senhor, os teus caminhos” (SI 25,4).
Atentos à indicação de Jesus: “Pedi ao Senhor da Messe que envie operários para messe” (Mt 9, 38), iniciamos uma ação evangelizadora em prol de vocações para a Igreja tendo como proposta, em cada comunidade, uma vocação, para o sacerdócio, a vida consagrada, a família, a missão… O Papa Francisco acredita nisso: “Jesus nos disse que o primeiro método para obter vocações é a oração e nem todos estão convencidos disso”. Além da oração, outro elemento essencial é o testemunho.
Os jovens precisam ver testemunhos bonitos de pessoas que se dedicam inteiramente ao Senhor com alegria, para que possam se sentir motivados a apostar sua vida nesse mesmo caminho. “É verdade que o jovem sente o chamado do Senhor, mas o chamado é concreto e a resposta é pessoal”.
O grande desafio da igreja esse ano é: “Uma vocação em cada comunidade”. É fundamental sensibilizar os jovens a beber do “poço” do seguimento com objetivo de clarear a sua opção de vida seja ela a vida sacerdotal e religiosa, diácono casado solteiro missionário como leigo e leiga a serviço do Reino a serviço da vida. É o Senhor que chama e nos convida a doar a própria vida…Se você se sente chamado para a missão procurem os Padres ou as irmãs para lhe ajudarem no processo e discernimento vocacional. Coragem, Levanta-te! Ele te chama” (Mc 10,49)
(*) Maria Aparecida Silva, pedagoga/ psicopedg, membro da coord. Dioc. de Pastoral
