(*) Ir. Veralice Mota
Maria Santíssima, a Mãe de Jesus, a mulher de mil títulos, mil nomes, mil cores, a virgem geradora de vida e de paz é chamada também de Auxiliadora dos Cristãos; título este que se difundiu com muita eficácia no meio do povo de Deus. A devoção à Nossa Senhora Auxiliadora tem seu início em datas remotas, nascida no coração de pessoas piedosas que espalharam ao seu redor o amor a Maria; assim, a Mãe de Deus foi sempre conhecida “como condutora da felicidade do ser humano”.
Maria sempre esteve junto ao povo, sobretudo do povo simples que contorna o sofrimento e as cruzes diárias, atirando-se aos pés daquela que alivia, consola e traz esperança para a humanidade sofrida e desamparada.
Em todos os tempos, o mundo olhou para Maria com amor e devoção: Aos pés da cruz, no ápice da redenção do gênero humano, Maria estava lá e acolhe a todos como Mãe e Auxílio, a pedido do seu Filho Jesus – “eis aí o teu filho, eis aí a tua Mãe” (Jo.19, 26-27). Antes de Pentecostes, o cenáculo de Jerusalém hospeda um grupo de discípulos cujo coração está pesado”. Os amigos de Jesus sentem fortemente a ausência do Mestre, há uma tristeza profunda a invadir seus corações, tudo parece sem saída e obscuro, mas a Mãe de Jesus estava com eles, infundindo-lhes coragem, apoiando, consolando e, auxiliando em suas angústias, Maria reza e invoca com eles o Espírito Santo, compartilha preocupações e expectativas, ajuda-os a enfrentar a realidade com coragem, Maria auxilia, ampara, inspira ânimo. Maria ensina a não fugir dos desafios, mas a acolhê-los com fé e na fé.
A devoção a Nossa Senhora Auxiliadora, no entanto, tem suas raízes no ano 1571, como gratidão do Papa Pio V, após sua vitória sobre a perseguição maometana, “Batalha de Lepanto”, contudo, a festa da Auxiliadora só foi instituída em 1816, pelo Papa Pio VII, a fim de eternizar mais um fato que atesta a intercessão da Maria Auxiliadora: o Papa foi sequestrado pelo poder francês, após excomungar Napoleão I que visava os bens papais, assim como os estados pontifícios. O Papa, impelido por uma ardente fé na vitória, recorreu à intercessão de Maria Santíssima, prometendo coroar solenemente a Sua imagem, hoje celebrada no dia 24 de maio.
Em Maria, o amor materno de Deus, oferece-nos a sua obra prima. Ela é o espaço humano, pequeno, mas dócil em que Deus realiza grandes coisas. “Na Virgem Imaculada Auxiliadora, contemplaremos a plenitude da doação a Deus e ao próximo”.
São João Bosco, devotíssimo da Virgem, adotou esta invocação para a Congregação Salesiana porque ele viveu numa época de luta entre o poder civil e o eclesiástico. A fundação da Família Salesiana, que difunde pelo mundo o amor a Nossa Senhora Auxiliadora, deu-se no auge dos ódios políticos e religiosos. Nossa Senhora foi colocada à frente da obra educacional de Dom Bosco para defendê-la em todas as dificuldades.
Para perpetuar o seu amor e a sua gratidão a esta Mãe, e, para que ficasse conhecido por todos e para sempre, Dom Bosco era convicto de que foi “Ela (Maria) quem tudo fez” na sua congregação. Como sinal da sua eterna gratidão, e movido fortemente pelos apelos do Espirito Santo e de Maria, Dom Bosco, juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello, fundou a Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora para que fosse um monumento vivo de gratidão eternizado no tempo.
Poderosa oração composta por São João Bosco
Ó Maria, Virgem poderosa, Vós, grande e ilustre defensora da Igreja, Vós, Auxílio maravilhoso dos cristãos, Vós, terrível como exército ordenado em batalha, Vós, que, sozinha, destruístes toda heresia em todo o mundo: nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições, defendei-nos do inimigo; e na hora da morte, acolhei a nossa alma no paraíso. Amém.
(*) Ir. Veralice Mota de Almeida, Gestora da Escola Estadual Maria Auxiliadora, Alto Araguaia – MT
