A região Sudeste de Mato Grosso viveu uma semana histórica. Foi concluído o processo legislativo que cria a Universidade Federal de Rondonópolis, a nossa UFR, por desmembramento da Universidade Federal de Mato Grosso. Como filho desta que é uma das mais importantes cidades do Estado, na condição de parlamentar, me sinto absolutamente honrado em ser partícipe ativo e, especialmente, de compartilhar esse momento tão rico para Rondonópolis.
Manifestou-se a vontade soberana da sociedade brasileira com a aprovação do Congresso Nacional por entender, acima de tudo, a importância de se criar uma universidade como unidade executora maiúscula do processo transformador na sociedade. Como bem expressa o conceito filosófico, o capital da universidade é o cérebro. O papel da universidade é desenvolvê-lo.
No caso da UFR, caminhamos para consolidar de forma objetiva o desenvolvimento de mentes criativas e vocacionadas de nossa atual e futuras gerações.
Para chegar até aqui, foram 10 anos de sonhos e lutas permanentes. Importante: não foi – e não é – luta de um parlamentar ou de um grupo, mas de todos que se envolveram direta ou indiretamente nesse processo: o Comitê Pró-UFR, as entidades de classe e clubes de serviço, as instituições públicas, representadas pela classe política, e muitos – muitos mesmo – que ficaram anônimos.
Essa universidade chega vencendo poderosas malhas burocráticas e superando todas as desconfianças, sobretudo dos mais céticos. A estes, dizer que, na verdade, nunca deixamos de trabalhar e de acreditar nessa emancipação, fazendo os ajustes e as devidas correções, buscando os entendimentos necessários, enfim, dando o formato para chegar até aqui.
Rondonópolis já merecia sua universidade há mais tempo. De qualquer forma, com obstinação, foi possível tirar esse projeto do papel.
Segundo maior Produto Interno Bruto de Mato Grosso e localização privilegiada, Rondonópolis está entre as cidades que mais crescem no Brasil. É o resultado da disseminação de tecnologia e da gestão empresarial no campo, o que lhe proporciona dinamismo econômico e competitividade no setor do agronegócio. É um polo de produção, que contribui para fazer de Mato Grosso o campeão nacional de produção de soja, algodão e carne, além de milho, sorgo e cana-de-açúcar.
A criação da UFR visará o atendimento a algumas necessidades sociais e regionais, como por exemplo, acessibilidade da população à educação de nível superior, a relação recíproca entre o desenvolvimento social e econômico e o acesso à Educação por toda a sociedade, como também a inter-relação entre ensino, pesquisa e extensão no contexto cultural, socioambiental, econômico e político da região e, por fim, o fortalecimento da política de interiorização e democratização do ensino superior.
Firmado o ato presidencial de sanção do decreto sem vetos, o passo seguinte será discutir com a sociedade. Responder a seguinte questão: “Que universidade nós queremos para Rondonópolis, com que vocação ela se apresentará para os desafios? ” Como preconizamos na condição de relator do projeto no Senado, vamos buscar a consolidação da UFR de forma diferenciada, com participação efetiva da sociedade organizada, que terá um papel preponderante, com participação no Conselho Diretor, composto por representantes da universidade, dos entes políticos, como Prefeitura, a Câmara de Vereadores e a sociedade organizada.
Aos acadêmicos, pais, mestres e tutores, quero dizer ainda que continuo parceiro dessa luta, agora para construir uma nova universidade que traga mais desenvolvimento para a região, que participe das atividades de desenvolvimento da região Sudeste em especial e da melhoria de vida da população, da formação política de nossos futuros líderes, preparando as novas gerações para os desafios que o desenvolvimento sugere.
Temos muitos desafios ainda, e agora é definirmos o dia solene da sanção presidencial.
(*) Wellington Fagundes é senador por Mato Grosso e relator do projeto que cria a UFR no Senado.
