Aquela princesa estranha
Que surgia assim de repente
Que palpita os olhos e assanha
Os minúsculos desejos da gente.
Chega exibindo em cada passo
Um rebolado excitante
Lapidando em beleza o espaço
Com seu sorrir cativante.
Tem a pureza de uma flor
Os lábios extremos e brilhantes
Quando adentrava no elevador
Sonhava um dia ser seu amante.
Todos os dias naquele horário
Ela vinha para o trabalho
Cumprir seus afazeres diários
Sem nenhuma mudança de atalho.
Mas aquele instrumento de subida
Parecia pra ela predileto
Chegar até sua lida
Também levava seus admiradores secretos.
Dentre eles um era eu
Que por disfarce não assumia
Vivia um sentimento tal qual Romeu
Respirava ela enquanto dormia.
Isso era um prazer para a matéria
Ao saber de sua existência numa sala ao lado
Porém quando ela sair de férias
Tudo isso vai perder o significado.
(*) Francisco Assis Silva é poeta e militar – email: [email protected]