Foi no ângulo do seu olhar
Que vi uma lágrima cair
Outra surgia bem devagar
Era tão triste esse emergir.
Elas secavam com o calor
Fazia elo feito corrente
Não pareciam que fosse de amor
Porém, morriam na areia quente.
Vi você tentando impedir
Mas, estas passavam pelo vão dos dedos
Um turbilhão impossível medir
E havia uma imagem e certo segredo.
Qual desilusão tinha essa moça
Para desaguar seus olhos assim
Quebraste seu vaso lagrima de louça
Certamente não seria por mim.
Depois de um tempo cessou o pranto
Desenhando na face uma desigual vergonha
Permaneceu sem forças naquele canto
Como quem desilude e novamente sonha.
Dei um passo a mais e toquei nela
Dizendo que contei as lágrimas de sua face
Mesmo chorando você é uma cinderela
Como um arco-íris que fecunda e nasce.
(*) Francisco Assis Silva é poeta e militar – email: [email protected]
