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Os sem memórias

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Ao abordar a grande problemática pela qual vem passando a sociedade brasileira nos últimos anos é notório assinalar que o país vive atualmente uma de suas piores crises políticas nos últimos 50 anos. Só para exemplificar, o fantasma da inflação ronda a economia, a taxa básica de juros é uma das mais altas do mundo, nosso PIB tem tido um insignificante crescimento, muito atrás de países menores que o Brasil. O ano de 2015 inicia-se movimentando o cenário político brasileiro nos mais diversos estados, regiões e cidades brasileiras.
Não obstante, é profícuo assinalar que a corrupção tem sido a palavra chave mais comentada nos meios de comunicação de massa no último ano. Soma-se a essa crise, a configuração política de uma nação dividida entre os que apoiam a presidente da República, ora no poder e, aqueles que liderados pela oposição, se lançam nas ruas promovendo manifestações contra a atual mandatária da nação.
Ao nos referirmos às manifestações pelas ruas, não temos dúvidas em afirmar que elas se legitimam a partir do descontentamento social pelo qual passa a nação brasileira. Essas manifestações, por sua vez, refletem, a nosso ver, princípios democráticos que conquistamos à duras penas, antes, durante e posterior ao obscuro período da ditadura militar brasileira.
A insatisfação popular se legitima quando presenciamos atos de corrupção, baixo desempenho da economia, arrocho salarial, alta na inflação e desmando político que envolve as diversas esferas institucionais.
Não nos incomodam as manifestações pelas ruas deste país nem tampouco as reivindicações por melhores salários, combate à inflação, crescimento do PIB, punição não apenas aos corruptos, mas também aos que corrompem. Protestos, manifestações, movimentos sociais prol uma nação que luta por uma sociedade livre e democrática, é salutar, afinal, e o direito de ir e vir é uma conquista e não uma concessão doada pelo poder público.
O exposto acima, já afirmamos com veemência, não nos incomoda. O que mais tem nos incomodado nos últimos meses são frases, faixas, depoimentos, reivindicações do tipo: está uma bagunça; volta ditadura; só os militares para corrigir essa nação; alusão ao símbolo da suástica; impeachment já; fora Paulo Freire.
Defensores destas frases citadas acima, será que já presenciaram uma sessão de tortura militar? Será que já leram os anais da história e conhecem que a suástica, símbolo do nazismo alemão, torturou e dizimou 6 milhões de judeus?
Aqueles que defendem a volta da ditadura, será que sabem quantos desapareceram e nunca mais foram encontrados nos 21 anos de repressão militar no Brasil? Os que expressam: fora Freire, será que já leram suas obras, as quais defendem com muita veemência que a educação deve ser “libertadora, humana e humanizante”? Será que os defensores do impeachment tem noção da crise institucional que vamos enfrentar?
Nossas reflexões estão ladeadas de indagações. No entanto, precisamos refletir que essas manifestações estão sendo lideradas por uma facção política que já esteve no poder por algumas décadas, mas nada fizeram pela construção de uma sociedade democrática, livre e soberana. Enquanto cidadão, eleitor, defensor dos direitos democráticos, não somos, não seremos e jamais iremos concordar com a corrupção e desmandos políticos em todas as esferas do poder.
Não concordamos com a volta da ditadura, porque sabemos que a tortura em um pau-de-arara dói muito, a perfuração de uma baioneta é dolorida, asfixia em uma câmara de gás é torturante. Não concordamos com a publicidade enganosa de alguns grupos políticos que usam as pessoas como massas de manobra para galgar o poder.
O que queremos é uma ação da justiça séria, isenta e imparcial que tenha competência para julgar, condenar e punir com severidade aqueles que assaltam os cofres públicos em nome de siglas partidárias que não demonstram ter nenhum compromisso social e político pela população brasileira.

(*) Vanderlei Balbino Costa, professor doutor da Universidade Federal de Goiás (UFG)- Regional Jataí

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