Uma dona, uma moça linda, olhos pretos, muito encantados os olhos dela, às vezes pequenos e às vezes grandes, muito bonito o jeito de olhar.
Não sei explicar o jeito de me olhar. Algumas vezes eu cheguei a pensar que aquele tipo de olhar, meu Deus, nunca vi alguém olhar desse jeito pra mim. Tem vez que olha que parece que está com muito ódio e de vez em quando parece um olhar de uma dona aprisionada, às vezes assustada, outra hora uma moça muito meiga, doce, dengosa. Eu já a vi chorar; parece que ela tem um coração amanteigado. Essa dona me comoveu. E assim nasceu em mim um grande amor. Ela é muito cheia de mistério.
APAIXONEI. Eu não sei também explicar como de tal maneira é o amor que eu sinto por ela. Morena, branca, parda, que dona é essa que eu nunca vi igual. Não posso esquecer detalhes. Nós já tivemos uma grande amizade no passado.
Eu não sei o que aconteceu; eu sei que eu tentei até escrever poesias, músicas e todas as palavras bonitas foram tudo inspirado nessa morena linda que amo demais, tipo um desejo jamais encontrado. Por exemplo: Dona, moça dos olhos pretos, te amo muito, não sabe o quanto que eu te quero bem, e quando penso em te falar sinto medo, não sei. A voz sai só no pensamento, porque é diferente, tenho medo, não sei explicar. Pode ser amor platônico, impossível, mas eu sei que você é a pessoa que me faz feliz. Como que essa dona tão bonita pode ser aquela luz bem pequenininha dentro de um túnel. Preciso demais dessa linda morena.
(*) MAURY INÁCIO DA SILVA é morador em Rondonópolis