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, 17 junho 2024
 
 

Finados: como Martim Lutero superou seu pavor da morte?

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A morte era uma questão central para Martim Lutero. Era um assunto levado bem a sério na Idade Medieval. Boa parte das pessoas sentia medo e insegurança. Hoje este tema continua sério, afinal ninguém pode fugir da morte. Mas, a maneira de encará-la mudou. Veremos mais sobre isso ao final deste artigo. Agora vejamos duas experiências marcantes e apavorantes para Lutero!
A morte do amigo e a tempestade – Quando ainda era estudante de Direito, em 1505, Martim Lutero defrontou-se com a morte por duas vezes. Foram experiências quase simultâneas. A primeira foi a morte de um amigo. Podemos imaginar que junto com a dor do luto, as dúvidas e o medo da morte atormentaram ainda mais o jovem candidato a advogado. Dias depois, passava por campo aberto e ocorreu uma tempestade. Repentinamente ouviu um forte trovão e um raio caiu próximo dele. Amedrontado, Lutero fez uso dos recursos religiosos de que dispunha: Fez uma promessa para a padroeira dos mineiros. Ele clamou: “Socorre-me, Santa Ana – eu prometo que serei monge”. Contrariando a vontade de seu pai, Lutero cumpriu sua promessa e entrou para o convento dos monges agostinianos e tornou-se padre. Provavelmente Lutero pensou que todas as suas angústias, dúvidas e medos se resolveriam ao entrar para o convento. Mas, não foi este o resultado. Sua busca por respostas e paz continuava. E como Deus se deixa encontrar pelos que O buscam de coração (veja Jeremias 29.13), Lutero obteve resposta clara e paz verdadeira!
Encarando a morte sem medo – Ao ler a Bíblia, entendeu que o pecador arrependido é perdoado por Deus. Entendeu que basta crer em Jesus Cristo e segui-Lo, para ter perdão, paz e vida eterna. Neste sentido foi especial para ele o texto de Romanos 1. 17: “O justo viverá por fé”.
Alguns anos depois Lutero já tinha grande conhecimento sobre o tema “morte”. Fazia pregações claras e convictas sobre o assunto. Veja um pequeno trecho: “Quando pois, a morte se aproximava de um cristão piedoso, este lhe dizia: ‘Bem-vinda morte amada, o que a senhora traz de bom? O que procura aqui? Tu não sabes quem está aqui comigo? Cristo é minha justiça. Venha cá, minha cara, e tire-a de mim; se conseguires tirá-la de mim, eu te seguirei. Mas certamente desistirás!’. Assim os cristãos desafiam a morte e ousam dizer como Paulo: ‘Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?’ (1Co 15.55). E como ele afirma em outra passagem: porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro (Fp 1.21). Portanto, se eu morro terei lucro, pois eu alcanço mais rapidamente a vida. Assim você vê o que a morte causa aos cristãos, mas, ao agredi-los, ela própria se mata”.
Lutero também demonstrou uma clara superação de seu medo diante da morte num de seus hinos. Ele finaliza um dos mais bonitos e conhecidos hinos da Igreja Cristã (Deus é Castelo Forte) com as palavras: “Se a morte eu sofrer, se os bens eu perder; que tudo se vá! Jesus conosco está. Seu Reino é nossa herança!”.
A morte nos dias atuais – Talvez você diga: “Atualmente a morte não causa mais medo”. Talvez outros acrescentem: “Hoje se encara a morte de forma diferente”. Talvez sim. Mas, a morte é um assunto evitado por muitas pessoas! O devocionário Orando em Família, em 01/01/13, a intitula “O tabu do século 21”. E, inicia a mensagem dizendo: “Cada época cultiva seus tabus, assunto sobre os quais ninguém se atreve a falar. Em tempos idos, evitava-se falar da sexualidade”. O parágrafo de encerramento diz: “Não há dúvida de que nosso tempo evita tratar o assunto morte! Você pode achar que não, pois em noticiários e filmes, a morte é tratada com freqüência. Todavia, eles sempre tratam da morte dos outros, jamais da nossa! Procuramos diferentes maneiras que possam resguardar-nos de qualquer lembrança de que ela possa alcançar-nos. A indústria de cosméticos  oferece produtos que prometem rejuvenescimento. Mesmo não sendo um país rico, somos campeões em cirurgias plásticas. Encantados pelo progresso da medicina, nós esperamos que médicos façam milagres. Apegamo-nos a tudo isso e muito mais para livrar-nos do acanhamento gerado pelo tabu moderno chamado ‘morte’.”.
Talvez a melhor notícia da vida seja esta: Podemos encarar a morte com esperança! Não precisamos mais encará-la com pavor e medo, como na época de Martim Lutero. Também não precisamos fugir do tema ou disfarçá-lo. Jesus Cristo, Aquele que deixou o seu túmulo vazio, declara para nós: “Quem crê em mim, ainda que morra, viverá (João 11.25). Meu desejo é que nestes dias de finados, você encontre consolo, orientação e esperança!

(*) Gerson Kappel é pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil em Rondonópolis

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