Arlete Arcoverde
Correr e tentar alcançar
Uma liberdade sem fim
Quem souber o que é liberdade
Por favor explique pra mim
Todos nascemos grudados
No cordão umbilical
Preso ao preconceito
De uma falsa moral
A sociedade impõe
Cobra sem você dever
Mesmo pagando continua preso
Sem ter a quem recorrer
Somos prisioneiros do amor
Somos prisioneiros da esperança
Somos prisioneiros da saudade
E de diversas lembranças
Somos prisioneiros da realidade
Somos prisioneiros da indiferença
Somos prisioneiros do adeus
E até das nossas crenças
Somos prisioneiros da solidão
Somos prisioneiros da paixão
Somos prisioneiros da ilusão
E até da carta de habilitação
Somos prisioneiros do arroz e do feijão
Somos prisioneiros da noite e do dia
Somos prisioneiros do ar
E do pão nosso de cada dia
Somos prisioneiros do trabalho
Somos prisioneiros do sobrenome
Somos prisioneiros do medo
E somos prisioneiros da fome
Como explicar o que é liberdade
Se somos prisioneiros na vida
E somos prisioneiros na eternidade
Oh humanidade, onde está sua liberdade?
(*) Arlete Arcoverde é poeta e moradora em Rondonópolis