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, 23 maio 2024
 
 

Dia de Nossa Senhora Aparecida

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O Missal Romano faz a seguinte apresentação: “Na segunda quinzena de outubro de 1717 três pescadores (Filipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves), ao lançarem sua rede para pescar nas águas do Paraíba, colheram a imagem de Nossa Senhora da Conceição, no lugar denominado Porto do Itaguassu. Filipe Pedroso levou-a e a guardou até 1732, quando a entregou a seu filho Atanásio Pedroso. Este construiu um pequeno oratório, onde colocou a imagem da Virgem, que ali permaneceu até 1743. Todos os sábados, a vizinhança se reunia no pequeno oratório para rezar o terço. Devido à ocorrência de milagres, a devoção a Nossa Senhora – com o nome de Nossa Senhora Aparecida – começou a se divulgar. Em 26 de julho de 1745, foi inaugurada a primeira Capela. Um novo templo, bem maior, foi inaugurado em 8 de dezembro de 1888. Em 8 de setembro de 1904, por decisão do Papa Pio X, a imagem foi solenemente coroada. Em 29 de abril de 1908, foi concedido ao Santuário o título de basílica menor. Pio XI declarou e proclamou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil em 16 de julho de 1930. O Papa Paulo VI, no dia  5 de março de 1967, ofereceu a ‘Rosa de ouro’ à Basílica de Aparecida. Em 1972, começou a construção da nova Basílica Nacional  de Nossa Senhora Aparecida, solenemente consagrada pelo Papa  João Paulo II em 4 de julho de 1980.”
Mas, nos dia de hoje, o cristão católico precisa ter um discernimento no que diz respeito a devoção a Maria, pois ela não pode e nem deve  ocupar o lugar de Jesus – único mediador entre Deus  e os homens e o único Salvador da humanidade – por isso  o dia 12 de outubro é uma oportunidade boa para fazer isso.
Um dos pontos que merece uma especial atenção diz respeito as imagens. Em alguns textos da Bíblia aparece a proibição de fazer imagens, é verdade, mas em outras citações existem a recomendação para ter imagens. Vejam algumas: Êx 25,17-18; 1 Rs 6,23-25; Nm  21,8; Cl  1,15.  Por isso, é importante ver o contexto em que foi escrito o texto para poder entender a mensagem. Daí que a questão da ter ou não imagem não é o problema, mas a questão está no uso que se faz dela. No que diz respeito a imagem de Maria não é para ser adorada ou idolatrada – se alguém age assim está errado, pois não é esse o ensinamento da Igreja – mas tem  um valor pedagógico ou catequético. As imagens são como o álbum da família dos seguidores e seguidoras de Jesus, pois Maria é como ensina a Igreja: “a primeira cristã”, “modelo para os discípulos de Jesus”, “ela, antes conceber o Filho de Deus em seu ventre, acolhe-o pela fé”, “a melhor devoção a Maria é imitá-la no seguimento de seu Filho”. É como disse o Padre de Foucauld: “imitamos os santos para seguir a Cristo”. O cristão não pode ter uma fé que atribui poderes mágicos às imagens de Maria. Adorar imagem jamais! Quem age assim está errado, pois não é essa a fé da Igreja. As procissões com imagem de Maria não são momentos de adoração a ela.
Merece destaque também a questão do papel intercessor de Maria. Aqui entra aquilo que a Igreja dá o nome de Comunhão dos Santos (cf. 2 Macabeus 12,32-45). A Igreja peregrina na terra, em Cristo, está em comunhão com a Igreja da glória. Os irmãos são solidários uns com os outros na peregrinação rumo ao Pai. Assim como aqui na terra um irmão pede ao outro: “irmão, ora por mim!”, aqueles que estão junto de Deus continuam a orar pelos que estão em sua peregrinação aqui por este mundo, e, muito mais está a orar por todos, junto a seu Filho, a Mãe de Jesus Cristo. Isso não significa que as pessoas não devam orar diretamente a Deus, mas muito pelo contrário, podem e devem, mas todos os irmãos e irmãs costumam orar uns pelos outros e em si tratando de Maria, essa prática não é diferente. A oração de uns pelos outros não termina nem com a morte.
Há também uma prática muito bonita e importante na piedade popular católica que é a reza do terço. É muito importante rezar o terço, o rosário, mas é muito mais necessário ainda rezar a palavra de Deus, fazer a leitura orante da Bíblia pessoal e comunitariamente para colocá-la em prática. Muitos jovens e muitas pessoas não gostam de rezar o terço, mas amam orar com a Bíblia e serão salvos assim. O Papa Bento tem recomendado com insistência que todos os católicos pratiquem a leitura orante. Veja bem, Maria nunca rezou o terço, mas muitas vezes orou com a Bíblia e, principalmente, a palavra se fez carne nela. Não deixar de rezar o terço, mas orar muito mais ainda com a Palavra de Deus! O cristão que reza mais o terço do que pratica a leitura e vivência da Palavra de Deus não está certo!
Vale também considerar o que disse o Pe. Roger Lenaers: “Maria foi intuída como complemento feminino do Deus-Pai, intuído este como masculino, rigoroso e gerador de angústia. Sem dúvida, esta imagem é uma deformação da verdadeira imagem cristã de Deus, e certamente não vem de seu Espírito; é apenas o fruto de uma estreiteza compreensível e perdoável da psique humana. Quando alguém se vê numa situação desesperada, regride espontaneamente à atitude da criança ameaçada, que não pode salvar a si mesma e busca refúgio, normal e espontaneamente, junto à mãe, mais frequentemente que ao pai. Esta fuga para a Mãe de Deus, em vez de ir a Deus diretamente, e a busca de segurança e proteção sob seu manto, não pode ser considerada como um sadio desenvolvimento da revelação originária”. Deus não pode ser considerado pior do que Maria, isto é, ela amável e Ele impassível, insensível, de modo que, só depois de muita intercessão da Virgem, resolve mudar seu coração, pois não é isso que diz as sagradas escrituras. Mas ao contrário, Deus se apresenta como mais que uma mãe carinhosa, pois veja o que Ele diz pelo profeta Isaías: “Sião dizia: ‘Javé me abandonou, o Senhor me esqueceu! Mas pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você. Veja! Eu tatuei você na palma da minha mão…” (Is 49,14-16a).
Mas Maria não é uma mulher qualquer, porque a Bíblia mesmo é quem mostra o valor que ela recebeu de Deus: “O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!” (Lc 1,28), e ainda: “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito exclamou: ‘Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. Bem aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,41-45). Mãe Aparecida, rogai pelo Brasil!

(*) Pe. Ilson Lopes de Assunção, Vigário Paroquial – Paróquia Nossa Senhora Aparecida

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  1. Ajudou-me muito, sou vereadora mirin de nossa cidade e precisava de um texto para uma reuniao. Que nossa senhora abençoe todos os que visitam este site.Amem

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