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Rondonópolis
, 9 maio 2024
 
 

A mesmice do mesmo

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O objetivo deste texto é apresentar uma reflexão sobre o sentido e significado da política, enquanto instrumento e ferramenta necessária que cinge o processo de educação do homem e da mulher para  o exercício da democracia na polis.
Partindo do entendimento de  que  a política desde a antiguidade Clássica  é compreendida como a ciência, a arte e a virtude  do bem comum e que todo ser humano é definido pelas suas relações de pertencimento, pode-se afirmar que a construção da identidade social do humano tem uma relação direta com a concepção de educação, sociedade e política apropriada ao longo da história.
Embora estamos em outro momento histórico, em se tratando da esfera política é fundamental revisitar o passado para compreender o presente e projetar o futuro.  Logo, se somos herdeiros da tradição, não podemos perder o vínculo histórico quando enfocamos a educação do presente. Para assumir espaço de poder na polis, discutir e deliberar sobre a vida cotidiana, faz-se necessário formar  a nova geração ancorada  a dimensão da aratê – “capacidade, qualidade, valor que faz de um indivíduo o mais excelente, o coloca num patamar de excelência corporal, intelectual, psíquica, ética, moral, política, artística”. Enquanto educador na e para a cidadania é isso o que se espera de um cidadão que ocupa um espaço e cargo na esfera pública, professor, deputado, senador, prefeito etc.
A  mesmice do mesmo significa compreender hoje o legado delineado no mundo Grego, no tocante a  política, ética e educação como dimensão constituinte da  argamassa da vida pública. Diante da realidade e mobilização política na atualidade, pode-se pensar como é tarda essa geração de político para entender que desde outrora a política é a mais alta Expressão de caridade que deve ser exercida respeitando o bem coletivo.  Portanto, torna-se urgente reformar a consciência política. Como diz Morin repensar a reforma implica reformar o pensamento.
É evidente que nesta sociedade da “decepção, do hipermercado” precisa ser discernido que nas relações sociais cotidianas temos ao mesmo tempo, numa relação de simbiose, a elevação e dissolução da ética. Portanto, é importante estar alerta que no mundo contemporâneo impelido pela mudança rápida das crenças, valores, identidades e concepções estão emergindo um novo tipo de homem, um novo tipo de pessoa propensa a trilhar pela arena do vale tudo, enquanto instrumento silenciador de qualquer resquício ético, visando exaltar como referência máxima o universo do hedonismo.
Penso que constitui um desafio, mas que precisa ser enfrentado com certa brevidade, é   superar a adesão cínica  presente no discurso e prática no mundo da política e negócio em nossa sociedade. O que tem prevalecido é o discurso do fetiche da representação. Pensa  e apresenta-se  como verdadeiro, mas finge-se o tempo todo. Desafio urgente é educar a nova geração para ser guardiã da polis e da existência social, enquanto protagonista da mudança integral da sociedade. Como diz Mounier “mudança ao mesmo tempo moral, política e ética”.
Enfim, se tivesse o poder de determinar outro tempo da vida, sem dúvida, que tenho a certeza da escolha a ser feita, a mesmice do mesmo. E para selar essa magnífica decisão  faria uma grande festa, visando agradar todo fetiche da vaidade humana possível.  Aqui para despertar o seu desejo, apenas digo que a festa tem banho de cachoeira  no espelho d’água  construído na adjacência do Congresso para impedir a mobilização da força popular e vôo de asa delta sobre o Planalto Central. Como meus recursos são parcos já encontrei uma solução  imediata que se pode curtir aqui, obra inadequada, projeto revisado e aditivado.  O problema é que a determinação ética que cinge a minha formação do caráter herdado da tradição familiar e pressupostos da  Teologia da Libertação atua como termômetro  para minhas ações que me levam a perguntar sempre, Quero? Devo? Posso?
Pensa. Reflita. “Integridade  é o princípio ético  para não apequenar a vida, que já é curta”.

(*) Prof. Dr. Ademar de Lima Carvalho é morador em Rondonópolis

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