O mês de julho é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Ao longo dos séculos, o povo de Deus, ao olhar para o crucificado, vê no coração de Jesus uma fonte de vida na qual se identifica. Um coração que doa a vida pela salvação da humanidade. Não é qualquer coração, mas o coração de Jesus, um cheio de amor, de bondade, de perdão, de ternura, de compaixão. Durante a vida, Jesus atraia as multidões, pois viam Nele alguém que acolhia e falava de maneira diferente. Ele se aproxima das pessoas, cura, salva, reergue, reanima. “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para vossa vida. Pois meu jugo é suave e meu fardo é leve” (Mt 11,28-30).
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem duas vertentes. De um lado a inspiração popular. Os seguidores de Jesus sempre se aproximaram do coração de Jesus e nele encontram refúgio, consolo e esperança. Por outro lado, a partir de 1673, com Santa Margarida Maria de Alacoque, o coração de Jesus adquire uma feição muito humana. O povo simples, por vezes não entende de altas definições, de raciocínios profundos, mas compreende a linguagem do coração. E descobriram em Jesus esta linguagem de proximidade e de identificação. Assim a devoção se espalhou pelo mundo através dos membros do Apostolado da Oração. São milhões de pessoas que se reúnem em torno do coração de Jesus e Nele buscam força para o testemunho de vida e a missão de evangelizar.
O Sagrado Coração de Jesus tem um significado para a nossa cidade. Com a chegada dos primeiros freis franciscanos no final da década de 40, ao construírem um pequeno templo ao lado da Praça Brasil, o dedicaram ao Sagrado Coração de Jesus. A cidade se desenvolveu e aos 16 de julho de 1959, foi criada a primeira paróquia da cidade e um novo templo dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, hoje a Matriz Sagrado Coração de Jesus.
Em 1986, quando o então saudoso Dom Osório Stoffel encaminhou o processo de elevação da Prelazia à condição de Diocese de Rondonópolis, uma das exigências para tal ato recaia sobre a necessidade da dedicação da Diocese a um padroeiro. Como a Matriz central era dedicada ao Sagrado Coração de Jesus e esta devoção estava espalhada entre as comunidades, ficou estabelecido pelo decreto do Papa João Paulo II que a Diocese de Rondonópolis teria como patrono: “O Sagrado Coração de Jesus”.
Dessa maneira a Igreja lembra aos cristãos que do alto da cruz, quando o coração de Jesus foi transpassado por uma lança, de seu lado aberto jorrou água e sangue. Assim até hoje o coração de Jesus derrama sobre a Igreja e sobre cada um de nós suas graças e bênçãos. Todo aquele que se volta para o coração de Jesus, nele encontra vida e salvação.
A Igreja Católica insiste na experiência do encontro com Jesus. Mais do que um conhecimento é deixar-se imbuir pelos mesmos sentimentos que teve Jesus Cristo. Encontrar-se com Jesus Cristo é deixar o coração falar. Mesmo que o nosso coração tenha sido machucado e ferido por erros, pecados e vícios, o coração de Jesus está sempre pronto para acolher, perdoar e recriar a vida em nós. A dor do coração humano encontra no coração de Jesus consolo, alívio e esperança.
Neste ano a celebração da Missa será na Matriz Sagrado Coração de Jesus no dia 11 de junho às 19 horas, com a participação de todas as paróquias e presença dos padres.
(*) Dom Juventino Kestering é bispo da diocese de Rondonópolis
