Para onde vai a crise? Vocês ainda perguntam? É claro, para o bolso do pobre, não é? Pois sempre sobra para o coitado do pobre, que já vive com a corda no pescoço.
Agora, enquanto tem gente que enche a cueca, meia etc. de dinheiro, a crise bate sempre na porta da casa de pau a pique. Isso porque, ali, não existe gravata e sim chinelo, e dos mais baratos!
Oh vida! Que vida! Diria que a vida é mesmo uma balança, que quando alguém planta, na hora da colheita quem colhe é quem não teve trabalho, quem não suou para plantar e daí, pergunto: que pais é este? E desabafo. E o pobre como está? “Tá com a corda no pescoço”, é claro, como diz a música popular, “deixa a carne e rói o osso”.
É duro, mas acho que, como a Eva foi feita da costela de Adão, é a mesma coisa o pobre. Acho que esses também são feitos da resina e sobra do viagra, e com isso só da gente dura, é claro. A melhor parte “o bicho comeu”. Mas que bicho? Eis ali, ela, a serpente, “a gravata”. Essa é quem domina esse país. É mole ou é de parafuso? Ou quer de rosca?
(*) Paulo Pires de Oliveira é escultor e reside em Rondonópolis desde 1990
