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, 10 maio 2024
 
 

Fator de risco cardiovascular?

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O aumento da excreção de albumina na urina pode ser um marcador de inflamação sistêmica, anormalidades vasculares, ativação do sistema renina angiotensina aldosterona e alteração da hemodinâmica glomerular ou da função tubular. A microalbuminúria, caracterizada pela excreção urinária de albumina (EUA) 20-200 µg/min ou entre 30-299 mg/24h, é rotineiramente utilizada na prática clínica para avaliar a função renal de pacientes com diabetes, por ser o melhor indicador no diagnóstico da nefropatia diabética.
No entanto, estudos recentes revelaram que, além de ser um marcador de complicações microvasculares, a microalbuminúria pode auxiliar no prognóstico de complicações macrovasculares, principalmente de doença cardiovascular aterosclerótica e em particular nos pacientes que apresentam diabetes, hipertensão ou síndrome metabólica.
Esta medida vem sendo considerada um dos “novos” fatores de risco cardiovascular reconhecidos, juntamente com outros como a proteína C-reativa (PCR) e a espessura da camada íntima-média da carótida. Estes não substituem os fatores de risco “clássicos” utilizados para estratificação de pacientes segundo a chance de apresentarem doenças coronarianas – hipertensão, tabagismo, dislipidemia, diabetes e sedentarismo – e sim devem ser vistos em conjunto para auxiliar decisões terapêuticas.
Klausen et al. (2007) investigaram a associação entre microalbuminúria e componentes da síndrome metabólica (obesidade abdominal, resistência à insulina, hipertensão e dislipidemia) em uma amostra populacional dinamarquesa, incluindo 2.696 homens e mulheres de 30 a 70 anos. Os participantes tiveram sua EUA, clearance de creatinina e fatores de risco metabólico medidos em 1992-1994 e foram seguidos até 2004 para a observação de desfechos (doenças cardiovasculares e mortalidade). Os pesquisadores identificaram uma forte associação entre microalbuminúria e síndrome metabólica e verificaram que estes fatores de risco aumentaram de forma semelhante o risco de mortalidade e de doenças cardiovasculares.
Shin et al. (2013) analisaram a relação entre microalbuminúria e complicações cardiovasculares em 446 pacientes com diabetes tipo 2 recém diagnosticado ou hipertensos. Em ambos os grupos, a microalbuminúria apresentou correlação positiva com a rigidez arterial e com os níveis de PCR, marcador de inflamação, indicando nestes pacientes um maior risco de desenvolvimento de complicações ateroscleróticas.
Em uma pesquisa realizada em um hospital na China, as prevalências de angina instável, de infarto agudo do miocárdio e de insuficiência cardíaca congestiva foram significativamente maiores nos pacientes com microalbuminúria do que nos pacientes com excreção normal de albumina2. No estudo de Ozyol et al. (2012) em pacientes com angina estável, a microalbuminúria foi associada com a gravidade da doença arterial coronariana independentemente de outros fatores de risco cardiovascular.
Os resultados justificam a identificação da microalbuminúria e a adoção de medidas terapêuticas para minimizar a excreção urinária de albumina, incluindo o controle rigoroso da glicemia, lipidemia, pressão arterial, além da utilização de medicamentos que bloqueiam o sistema renina angiotensina aldosterona. Atualmente, discute-se a necessidade do estabelecimento de um ponto de corte menor (EUA > 5 µg/min), para proporcionar o diagnóstico ainda mais precoce do risco cardiovascular e a adoção de medidas preventivas.

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