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, 16 junho 2024
 
 

Indicadores de qualidade de vida

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“Qualidade de vida está relacionada a fatores objetivos, incluindo as necessidades materiais para o atendimento a necessidades básicas, bem como fatores subjetivos”
“Qualidade de vida está relacionada a fatores objetivos, incluindo as necessidades materiais para o atendimento a necessidades básicas, bem como fatores subjetivos”

Segundo a Organização Pan-americana da Saúde (2001), indicadores são “medidas síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde”. Em conjunto, indicam a situação sanitária de uma população e podem contribuir para a vigilância das condições de vida. Para isso, são tradicionalmente analisados indicadores demográficos, socioeconômicos, de mortalidade, de morbidade e fatores de risco, e de recursos e cobertura.

Nos últimos anos, discute-se o uso de indicadores para mensurar qualidade de vida, tema difícil em virtude da complexidade de seu conceito, que abrange significados que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades. A qualidade de vida está relacionada a fatores objetivos, incluindo as necessidades materiais para o atendimento a necessidades básicas, bem como fatores subjetivos, a exemplo do relacionamento com outras pessoas, a formação de uma identidade social e o sentimento de integração social e com a natureza.

Portanto, a qualidade de vida não deve ser entendida como um conjunto de bens, confortos e serviços, e sim como a capacitação para alcançar funcionalidades (abrigo, alimentação, saúde) e tomar parte na vida da comunidade. A dificuldade em encontrar um indicador adequado é que este, idealmente, deve ser objetivo o suficiente para identificar problemas e subsidiar propostas de políticas públicas para melhoria das condições de vida. Por outro lado, o indicador não deve deixar de lado aspectos subjetivos essenciais para apontar uma evolução no sentido da autonomia, do atendimento das necessidades e da realização dos projetos de vida individuais e da comunidade.

Propõe-se o uso do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para mensurar a qualidade de vida. Este índice é uma medida resumida de progresso em longo prazo considerando três dimensões básicas do desenvolvimento humano – renda, educação e saúde. Todavia, segundo alguns autores, o IDH falha por não incorporar a dimensão ambiental, importante elemento da qualidade de vida no meio urbano.

Camfield e Skevington (2008) analisaram a relação entre saúde, economia, bem-estar e qualidade de vida e observaram que não existe um padrão, visto que algumas economias com alta taxa de crescimento apresentaram aumento na qualidade de vida (ex: Coreia do Sul, Taiwan), enquanto no Brasil, por exemplo, o crescimento da economia não foi acompanhado por aumento semelhante. Estudos indicam que onde existe injustiça social há pior qualidade de vida, portanto esta variável poderia ser um indicador mais preciso do que a renda.

Na área da saúde, a qualidade de vida também pode ser definida como a análise subjetiva do impacto da doença e de seu tratamento sobre domínios físicos, psicológicos e sociais. Para sua avaliação, foram desenvolvidos diversos questionários. Em geral, estes instrumentos investigam a presença de sintomas (ex: dor) e efeitos colaterais do tratamento (ex: náuseas, vômitos). Aspectos emocionais e a percepção geral de saúde e vitalidade também compõem os escores. A escolha do instrumento depende de fatores como a doença em questão, a qualidade metodológica e o idioma em que foi publicado.

De maneira geral, ainda é necessário compreender a dimensão do conceito de qualidade de vida para identificar um indicador apropriado, avaliando-se indivíduos e comunidades para obter uma perspectiva mais abrangente.

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