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Benefícios associados às refeições compartilhadas

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Familia reunida em almoco

A forma atual das refeições compartilhadas em família teve sua origem na classe média Vitoriana, no final do século XIX. Desde a década de 1950, entretanto, a natureza das famílias começou a mudar e vários fatores passaram a influenciá-las, tais como, maiores taxas de emprego entre mulheres, maior número de pais trabalhando em horários não convencionais, mais tempo em trânsito até o trabalho e maior participação das crianças em atividades extracurriculares. As famílias atuais comem fora do lar e carregam alimentos consigo, quando em trânsito, muito mais frequentemente do que faziam há 25 anos atrás.

Em um estudo global realizado em 12 países, consumidores indicaram que a frequência das refeições realizadas em família está declinando, devido ao estilo de vida moderno. Por outro lado, as pessoas continuam valorizando grandemente o jantar com membros da família e gostariam de voltar à pratica diária de refeições compartilhadas com seus familiares com mais frequência.

Uma pesquisa com 16.000 escolares americanos (9-14 anos) mostrou que crianças que se sentam junto com suas famílias para realizar refeições regularmente (a maioria ou todos os dias da semana) tendem a ter uma alimentação mais saudável em relação a crianças que comem em casa menos frequentemente. Ainda, vários estudos demonstram uma relação inversa entre jantar em família e prevalência de obesidade em crianças, ou seja, ao fazer as refeições junto com suas famílias em casa, as crianças estariam menos propensas a se tornarem obesas.

Refeições compartilhadas podem também exercer benefícios ao desenvolvimento psicossocial e às habilidades interpessoais, tais como, o desenvolvimento de estilos de comunicação apropriados e boas maneiras. De acordo com Snow e Beals (2006), conversas à mesa do jantar ajudam no desenvolvimento infantil uma vez que as crianças aprendem por meio da interação social com os outros e com os pais, podendo-se comunicar tanto explicitamente como de maneira sutil, informações sobre linguagem aos seus filhos.

Pesquisas recentes sugerem que as refeições compartilhadas em família estão associadas com uma melhor performance escolar. Estudo longitudinal com mais de 15.000 adolescentes ingleses (Department for Children Schools and Families UK, 2007) demonstrou que, dentre todas as crianças que sempre faziam as refeições com a família, metade (50%) indicaram alcançar as maiores notas. Em comparação, dentre as crianças que nunca compartilhavam refeições com seus pais, menos de um terço (31%) relataram receber notas altas na escola. Ainda, os resultados sugerem uma forte ligação entre ter um bom relacionamento com seus pais e seu sucesso na escola. Crianças cujos pais sabiam quase sempre onde eles estavam à noite (no horário do jantar) tendiam a ter melhores desempenhos educacionais.

Ao longo do tempo, compartilhar refeições com frequência pode criar um senso pessoal de ‘pertencer’ e uma identidade de grupo. Kemmer et al (1998) entrevistaram 22 casais, três meses antes e após passarem a viver juntos e constataram que as oportunidades de alimentação compartilhada eram uma importante parte de seus relacionamentos. Para ter sucesso em manter uma relação, a comunicação (verbal e não verbal) contínua e satisfatória pode ser muito importante. Compartilhar refeições foi frequentemente referido como uma chance de sentar-se junto à mesa, apreciar a mesma refeição e conversar. Larson et al (2006) consideram os momentos das refeições como reuniões que moldam a identidade da família, sendo importantes meios para a comunicação de valores e significados familiares específicos.

Em resumo, as refeições compartilhadas apresentam-se como uma oportunidade para se obter benefícios físicos e sociais, tais como, uma melhor alimentação – favorecendo a manutenção do peso corporal saudável em crianças, melhores habilidades de comunicação e linguagem, fortalecimento das relações entre os membros da família e, consequentemente, bem estar físico e mental.

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