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Tudo é possível aos 50 anos?

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noVivemos num momento histórico e social que pode ser entendido como único na história da humanidade: estamos falando das possibilidades que a longevidade nos propicia. E com esta premissa, começamos a pensar nas pessoas que estão na década dos 50 e podem tantas coisas. O que seriam e onde estariam todas estas grandes e importantes condições?
Há algumas décadas, ter 50 anos era percebido como um momento do envelhecer e isto era considerado normal, pois as pessoas não tinham estas novas possibilidades de viverem tanto tempo e com muitos recursos. A medicina, aliada a mudanças de comportamento com a alimentação e a realização de exames periódicos, aliados a uma maior preocupação com as questões emocionais e psíquicas, tem ajudado nesta conquista de uma vida maior e, para alguns, melhor.
As mulheres que hoje adentram nesta década ou mesmo as que estão vivendo os seus 50 e poucos – ou muitos – tem percebido o quanto de potência de vida, de beleza de transformação, tem feito parte deste momento. O interessante é observarmos as mulheres que tem sido mostradas também neste nosso universo midiático como sedutoras, belas e vivendo também de uma forma boa e prazerosa a sua sexualidade.
As nossas protagonistas de filmes e histórias na TV também são mulheres que tem e tiveram uma trajetória marcada por filhos, carreira, lar e algumas vivem o momento avó com muita paixão e encantamento sem que com isto fiquem afastadas de sua imagem interna de mulher que vai atrás de seus desejos.
As próprias mulheres muitas vezes não se dão conta da força e energia transformadora que pode eclodir neste momento onde todos achavam que os calores da menopausa a manteriam calma. Esta nova mulher que carrega dentro de si a capacidade de se reconectar com seu passado, aceita sim as transformações do tempo. Tempo este que lhe dá também uma possibilidade de escolher como pode ser esta fase, que cuidados em relação a sua saúde deve ter, como repensar relacionamentos afetivos que talvez nem supram mais nada dentro de seu imaginário.
Ter essa condição de maturidade também abre um espaço para que esta nova mulher de 50 possa se olhar no espelho e entender o que o seu olhar procura. Qual o significado de algumas marcas e que histórias ainda pretende terminar, que capítulos de sua vida já concluiu e o que ainda gostaria de apagar.
Ela vai também em busca de antigos sonhos, que ficaram guardados em algum lugar de seu passado, e se achar que vale a pena pagar o preço: talvez pague o preço de experimentar algo que julgava desaparecido. Que mulher é esta que busca o seu lugar, lugar de beleza, lugar de amor, lugar de luta, lugar de transformar?
Este “novo tempo” onde muito ou quase tudo é possível amplia o universo feminino, dando condições para que esta mulher que hoje é fruto de tantas transformações possa ser vista como bela e desejável. Sem querer parecer superficial ou leviana, falar de beleza tem a ver com a estética da maturidade que se instaura ocupando sim um lugar a ser buscado.
Parece que o estereótipo da “mulher envelhecida” e que não tem mais acesso ao universo do desejo e do desejar está cada vez mais podendo se impor com novos formatos e diferentes coloridos. Esta possibilidade de se perceber também como desejada e “desejante” reascende antigas memórias emocionais que para muitas pareciam não mais existir.
A questão da temporalidade se instaura abrindo um caminho no qual muito do que passou pode ser pensado com novas significações e porque não o: “Outros arranjos”. Desta forma, esta fase da vida reconecta a questão da idade cronológica com a idade emocional.
Deste novo entrecruzar dos tempos, passa também a se abrir um espaço emocional, psicológico e nas relações afetivas que esta “ mulher de 50” vai desenvolver com o mundo. Mas, claro, antes ela precisa realmente saber quem ela é.

Por Dorli Kamkhagi, doutora em Psicologia Clínica e Mestre em Gerontologia pela PUC-SP e colaboradora do Laboratório dos Estudos do Envelhecimento e Hospital Dia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

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