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, 12 maio 2024
 
 

É necessário se certificar

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Eleri _U

Vivemos num mundo coletivo e transparente. É o que se apregoa e os meios de comunicação querem nos convencer de que assim funciona. É verdade que boa parte do que a humanidade faz agora é público e que os limites do privado-particular e do público-coletivo são a cada dia mais tênues. Mas temos certa predominância por maquiar a realidade, na tentativa de apresenta-la mais atraente do que na verdade é.
Isso pode ser visto em todo o lugar. Vender a realidade é para poucos, normalmente os que apresentam o real diferencial que outros anunciam para si, sem muitas vezes tê-lo. Não estou me referindo a alguma área em especial, mas como um todo. A estratégia da humanidade se resume em tentar vender, muitas vezes sem ser ou ter.
Existem ainda os termos definitivos, absolutistas por expressão, como por exemplo, tudo, sempre, nunca ou nada, utilizados em associação às expressões que tentam aumentar as boas características dos seus produtos ou mesmo desqualificar os concorrentes.
Um slogan infantil e bem exagerado de uma empresa de ERPs, por exemplo: “tudo para gerenciar seu pequeno, médio ou grande negócio”. Qual empresa seria capaz de oferecer tudo que a outra necessita? Uma mostra da soberba empresarial, sem mesmo se preocupar com o erro estratégico de querer atender pequenos, médios e grandes. De cara uma empresa genérica, sem foco.
Para fazer afirmações peremptórias dessa natureza sempre é importante ter como comprovar, caso contrário pode pagar um mico enorme, além de revelar falsidade comercial.
Soaria muito mais realista e provavelmente atrativa, se substituísse o slogan genérico e falsamente executável, por algo como: soluções sob medida para sua empresa se tornar mais competitiva ou, evoluir sempre.
Por isso, é muito mais atraente e soa elegante quando as empresas demonstram que estão preocupadas em atender necessidades ou oferecer bem estar aos clientes. Um slogan atraente, simples e legítimo para uma clínica ou hospital, por exemplo, poderia ser: você, muito bem tratado.
Do ponto de vista profissional vale a mesma lógica. As redes sociais estão aí para desmascarar os falastrões de plantão. Muitos anunciam responsabilidades e atitudes basilares em seus currículos, mas produzem provas contrárias ao expor vexames e modos nada recomendados na sua página pessoal.
Na prática vivemos um mundo de falácias, onde dizer a verdade, ser reto, coerente pode soar constrangedor ou até ingênuo. De outro lado precisamos nos certificar de tudo. Os testes do Inmetro, por exemplo, dão mostras de como a sociedade é enganada diuturnamente.
Muitos comerciais, de um modo geral, quando não possuem a intensão de driblar a atenção, têm boa dose de exagero, fazendo-nos crer no que querem que cremos.
Por estas e outras razões pululam já há muito tempo os certificados, comprovações, certidões ou acreditações, confirmando o que é informado e já deveria ser certo ou conhecido.
Os selos de qualidade que atestam e ratificam a qualidade dos produtos que são anunciados nas embalagens, por exemplo. Mas estes, por sua vez, precisam ser auditados para que tenham peso adicional. É a legítima ciranda doida. Contudo, lembre-se que alguém sempre paga por isso.
Chagamos ao cúmulo de ter de provar de que nós somos nós. Aliás, outros (nesse caso os cartórios) precisam confirmar de que somos nós, por exemplo, que assinamos determinado documento. Não é suficiente o próprio dizer, precisa outro confirmar, caso contrário não tem fé pública.
De um modo geral, todos (olha aí mais um exagero genérico) têm um pouco de culpa nisso. Em função da ditadura do politicamente correto deixamos de ser chatos, de conferir e de confirmar se realmente é isso que está sendo dito. Preferimos que outros o façam por nós.
Outro campo muito fértil nesse sentido é o político. Preste atenção nos candidatos e experimente tentar confirmar a celeuma de argumentos. Quanto disso é verídico e passível de execução? Apenas isso já lhe dará uma boa indicação em quem votar.
Boa semana de Gestão & Negócios.

(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras e publicada excepcionalmente nesta quinta-feira. É professor do IBG, workshopper e palestrante – [email protected]

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