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, 19 maio 2024
 
 

Ocupação sem direção

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Andar depressa e fazer rápido. Essa tem sido a tônica das empresas e naturalmente das pessoas. Todos andam correndo de um lado para o outro, ao telefone, de carro, ou com mais frequência, as duas coisas junto, sempre muito ocupados em realizar suas atividades.
Tenho visto as empresas se preocuparem com sistemas e organogramas que deixam as suas ações mais céleres e os executivos muito ocupados em realizar tarefas que parecem nunca conseguir realizar. Tenho encontrado muita gente sempre ocupada e como se diz na gíria, correndo.
Contudo, também observo que em boa parte das empresas o re-serviço é enorme. Isso vale para o pessoal do operacional, do tático e do estratégico. Realizam tarefas duas ou até três vezes. Não a mesma, mas diferentes, tendo ao final o mesmo objetivo.
Na prática, existe uma fobia de realizar, fazer, colocar em operação imediatamente. A ideia é definir velocidade quando na verdade com frequência se esquece da direção. A velocidade somente é importante quando se está na direção correta, do contrário, pode se tornar um grande problema.
É desanimador, por exemplo, para os colaboradores e vexatório para os próprios gestores, quando imprimem celeridade em suas atividades e definem resultados com rapidez para em seguida cessar os empreendimentos e redefinir as práticas, revelando tempo e esforços perdidos.
Há uma desculpa recorrente para estes episódios centrado no dinamismo do ambiente dos negócios, quando na verdade está no problema do modelo de gestão da cúpula. Estas empresas estão carentes de organização, dentre elas planejamento e controle, tanto estratégicos, quando nos níveis táticos e operacionais.
Por isso, temo que algo não vá bem nessas organizações. Não porque os profissionais façam mal as suas atividades, são até eficientes, mas talvez na verdade deveriam fazer outras. Contudo, para escolher a atividade certa, precisam de tempo para observar, pensar e analisar. Algo que não possuem, pois estão muito atarefados em fazer.
Neste caso temos um círculo vicioso. Fizemos o que é urgente e vital, ou pelo menos pensamos que seja, porque não temos tempo para fazer o essencial e o necessário que é organizar e planejar, e assim tudo se torna vital e precisa ser feito agora, pois amanhã já é tarde.
Há também aqueles que posam de ocupados. Os chefes logicamente. Para parecerem mais importantes, andam mais depressa do que os seus subordinados, às vezes de um lado para o outro, outras falando alto, principalmente ao telefone, que teima em sempre tocar, justamente para mostrar que são muito importantes e solicitados, logo, sem tempo para amenidades como discutir planejamento. Para estes, o importante é fazer e não pensar.
Para alguns, quando o telefone não toca, mandam para o conserto, afinal, deve ter algo errado. Ou ainda telefonam para alguém, muitas vezes sem um assunto específico, mas estão com saudade de ouvir a voz metálica que sai do aparelho.
Às vezes o interlocutor está na outra sala, mas se forem até lá, alguém pode ver ou pensar que estão sem nada para fazer, o que seria um risco muito grande. Não pegaria bem. Se for o caso de atravessar o corredor e se dirigir ao encontro do colega (sempre de hierarquia superior, se for o contrário, ele deverá ir ao seu encontro, ou ligar, é claro), isto deverá ser realizado a passos largos para que percebam que está muito ocupado e o assunto é de urgência.
Fora o aspecto hilário é preocupante o fato de que muitas empresas assim como seus respectivos gestores não terem tempo para organizar as suas atividades. Em síntese, todos andam sempre muito ocupados, trabalhando mais intensamente do que antes, mas mesmo assim sem conseguir realizar todas as tarefas. Algo precisa ser mudado urgentemente.
Boa Semana de Gestão & Negócios.

(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É Diretor de Relações com o Mercado do IBG –  – [email protected]

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1 COMENTÁRIO

  1. O autor do artigo descreveu com perfeição o comportamento de um grande número de executivos. Conheço alguns que fazem questão de atender o celular no restaurante e se sente feliz se não almoçar direito, pois isso significa (para eles) que é de fato indispensável á organização.

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