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, 13 maio 2024
 
 

Exigência tem gerado transtorno e custos para pais

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Pais precisam gastar tempo para conseguirem fazer o exame na rede pública de saúde ou arcar com os custos de fazer o exame particular

Imagem mostra a lista de documentos exigidos por escolas da rede municipal de ensino – Foto: A TRIBUNA

A exigência do exame de sangue e a apresentação da carteirinha que informa o tipo de sangue tem sido feita a todos os pais que procuram a rede municipal de ensino para matricularem seus filhos. O procedimento é feito com base na lei estadual 9905/2013, que obriga a inscrição do grupo sanguíneo e do fator RH nas fichas escolares dos alunos da rede de ensino público e particular no Estado.
Contudo, a exigência tem causado transtorno e custos para muitos pais, que precisam dispender tempo para conseguirem fazer o exame na rede pública de saúde ou arcar com os custos de fazer o exame em laboratórios particulares.
“A opção que temos é acordar de madrugada e ir até um PSF para pegar um encaminhamento e ir até o Laboratório Central, ou procurar fazer no particular, pagando do próprio bolso. No meu caso, que entro cedo no trabalho, não tenho condições de fazer de outra forma que não seja no particular”, afirmou a manicure Aparecida Maria dos Santos, que é mãe de duas crianças que estudam na rede municipal. “Pode até ser pouca coisa (o valor dos exames), mas como temos que comprar o material escolar e o uniforme no início do ano, pesa muito para a gente, que somos trabalhadores”, emendou a mãe.
Outra pessoa que também se manifestou contra a exigência foi a empresária e voluntária de projetos sociais Ana Paula Beer, que aponta que o exame não teria muita utilidade na prática e serviria somente para abarrotar as já abarrotadas unidades de saúde. “É um absurdo! Quantas e quantas famílias carentes acabam gastando um valor considerável, dependendo do número de filhos em idade escolar, para fazer este exame que não tem muita utilidade prática. E quantas outras não estão enchendo os postos de saúde à procura deste exame ‘de graça’ que na verdade é pago pelo contribuinte? Quanta verba destinada a um exame desnecessário, num país onde a saúde pública vai de mal a pior”, afirmou Ana Paula.
A validade prática e a necessidade do dito exame de sangue é questionado ainda por médicos, que dizem que, caso alguma criança sofrer um acidente e se ferir gravemente na escola, ao chegar em um hospital, nenhum profissional fará transfusão de sangue confiando somente nas informações constantes na ficha escolar do aluno, refazendo, portanto, o exame.
Uma outra dificuldade apontada por pais e mães para matricularem seus filhos é com relação á obtenção do RG (Registro Geral) ou carteira de identidade, que também é exigida pelas escolas e que tem provocado enormes transtornos para os mesmos, já que o Posto de Identificação da cidade, onde são coletados os dados para a confecção do documento, é pequeno e conta com poucos funcionários, levando a formação de enormes filas, conforme noticiado anteriormente pelo Jornal A TRIBUNA.
OUTRO LADO
Procurado pela reportagem do A TRIBUNA, a secretária municipal de Educação, Carmem Garcia Monteiro afirmou não ter conhecimento das reclamações dos pais e que a rede municipal de saúde tem conseguido atender à demanda aumentada pelo exame.
“Todas as escolas têm solicitado o exame dos pais porque é exigido por lei, mas não temos visto nenhum problema com relação a isso, pois mesmo que os pais não consigam fazer o exame agora, ele pode matricular seus filhos normalmente. A falta do exame não impede a matrícula”, informou.
“Eu não tenho conhecimento de alguma dificuldade que os pais tenham, pois para conseguir o exame basta procurar os PSFs. Se os pais tiverem dificuldade de tempo para fazerem isso, eles podem matricular seus filhos e pedir um prazo maior para levar a carteirinha com o tipo sanguíneo dos seus filhos”, emendou a secretária.
Ela ainda complementou afirmando que a cópia dessa carteirinha fornecida pelos laboratórios após a realização do exame de sangue deverá ser anexada nas fichas de todos os alunos e que o exame deverá ser feito somente uma vez por cada aluno.
A lei 9.905 é de autoria da ex-deputada estadual Luciane Bezerra e tem como objetivo facilitar a vida de médicos e socorristas em casos de emergência. A mesma lei determina a inclusão nas fichas de matrícula dos alunos, a pedido da família, dos resultados de testes antialérgicos e o de glicemia.

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