O estudante Luã Calhau protocolou nesta semana uma denúncia no Ministério Público Federal (MPF) em relação ao atraso nas obras de prédios novos no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Rondonópolis. Ele aponta seis obras com o prazo de entrega atrasado, variando de 03 meses a quase 02 anos de atraso, e cobra providências cabíveis por parte do órgão.
No Dia Mundial do Estudante (30/03), os estudantes Luã Calhau e João Pedro Couto de Campos, ambos do curso de Economia, fizeram um manifesto na cantina do bloco central do campus, com cartazes e faixas, chamando a atenção dos demais estudantes para o problema.
Segundo Luã, o atraso na condução das obras compromete a formação acadêmica dos alunos, que não usufruem da estrutura necessária para o aprendizado. Inclusive, atesta que tem estudantes de outros estados que estão desistindo dos cursos no campus local devido à falta de estrutura. “Quem perde com isso é o desenvolvimento local”, acrescenta.
Além dos atrasos, Luã afirma que muitas das obras estão paradas, a exemplo do prédio do Núcleo de Pesquisa do Cerrado, no qual o mato tomou conta e a placa de identificação caiu. Apesar de constar o prazo de 120 dias para conclusão, a placa existente não consta a data de início da obra. Ele encara essa situação como um grande descaso para com os estudantes.
Os dois estudantes também vão entregar uma cópia do documento mostrando os atrasos nas obras ao pró-reitor do campus, Javert Melo. Além disso, pretendem marcar uma audiência com a reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder, em Cuiabá, objetivando encontrar uma solução para o problema.
“O que temos hoje é um verdadeiro canteiro de sonhos entorpecidos, adormecidos pelo descaso de seus responsáveis”, escreveram na denúncia. “É o maior canteiro de obras paradas no sul de Mato Grosso, e está no campus da UFMT em Rondonópolis”, acrescentou Luã à reportagem.
OUTRO LADO – O pró-reitor do campus, Javert Melo, afirmou ao Jornal A TRIBUNA que não há nenhuma obra no espaço com irregularidades. Ele explicou que das seis obras existentes, três delas eram conduzidas por uma mesma empresa, a qual não deu continuidade nos serviços. Com isso, diz que a reitoria em Cuiabá foi comunicada do problema e que vem tomando os procedimentos burocráticos necessários. Se for o caso, uma nova licitação terá de ser realizada para conclusão desses três prédios.
Javert Melo informa ainda que três obras estão em andamento no campus, sendo duas delas na reta final, sendo o centro de convivência e o bloco didático. A outra obra (bloco de saúde), próxima à quadra de esportes e à rodovia, segundo ele, vem tendo condução normal dos trabalhos. Caso necessário, diz que a instituição está pronta para dar os devidos esclarecimentos ao MPF.
